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Geral Banco de DNA com saliva e suor de criminosos ajuda a polícia a prender assaltantes e estupradores

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Além disso, em alguns estados, o banco tem sido utilizado para ajudar na identificação de desaparecidos. (Foto: Reprodução)

Entre 2008 e 2019, Wellington Ribeiro se tornou um dos maiores estupradores em série do Brasil. Seu modo de agir era quase sempre o mesmo: se aproximava, anunciava um assalto, obrigava as vítimas a subirem na sua moto e as levava, sob ameaça, para um lugar isolado onde consumava o crime. Sem tirar o capacete para dificultar a identificação, foi preso algumas vezes por casos isolados, fugia e voltava a atacar mulheres. Com a prisão em setembro de 2019, a carreira criminosa foi interrompida: graças à Rede Integrada de Bancos de Perfis Genéticos do Ministério da Justiça, a Polícia de Goiás, até agora, identificou ao menos 40 vítimas.

A prisão de Wellington Ribeiro é uma das mais de três mil investigações ao redor do país que, de acordo com relatório de novembro do ministério, foram beneficiadas pela ampliação dos bancos de perfis genéticos nos últimos três anos. O armazenamento de DNAs de criminosos, compartilhados entre as polícias estaduais e federal, soma atualmente mais de 136 mil amostras genéticas, a maior parte de indivíduos condenados.

“O banco acusa quando tem vários perfis coincidentes sendo inseridos. E nós tínhamos esses casos de crimes sexuais, mas ainda não sabíamos quem era o criminoso. Quando percebemos que teve várias coincidências, levamos para Polícia Civil e mostramos que havia uma semelhança geográfica também: a maioria dos casos era na região de Aparecida de Goiânia. Uma força-tarefa chegou ao estuprador”, explica Marcos Egberto Melo, superintendente da Polícia Científica de Goiás.

O perfil genético de Ribeiro foi incluído no banco de dados em 2015 após ser coletado em uma das vítimas. A Polícia, entretanto, não sabia sua identidade. Dois anos depois, outra mulher foi vítima de Ribeiro e o DNA novamente apareceu no sistema, que acusou uma coincidência. Em 2018, o número de amostras coletadas com “match” chegou a nove. A operação para prender Ribeiro, no ano seguinte, durou 45 dias e envolveu inúmeros policiais. Foragido de um presídio desde 2013, ele passou anos enganando a polícia. Desde então, acumula derrotas e condenações na Justiça.

“É uma ferramenta muito poderosa, porque o perfil genético é uma prova técnica praticamente inconteste num tribunal. E além disso os materiais coletados que nos permitem chegar à autoria são variados: sangue, cabelo, até mesmo um simples toque”, afirma Melo.

A estratégia de ampliar o banco de dados de perfis genéticos ocorreu a partir do início do mandato do presidente Jair Bolsonaro. Até novembro de 2018, havia 18 mil perfis cadastrados. Segundo os dados levantados pelo Ministério da Justiça, 74% dos 136 mil perfis existentes hoje são de condenados. A Lei de Execução Penal de 1984 já determinava a coleta de perfis genéticos mas a norma não era cumprida à risca. A partir de lei aprovada em 2012, é obrigatória a identificação do perfil genético de criminosos condenados por crimes graves como homicídios, latrocínios, sequestros ou estupros.

Até novembro deste ano, segundo a pasta, foram observadas 4.238 coincidências no banco: isso acontece quando um perfil genético incluído no sistema é idêntico a outro que já está lá, como ocorreu com os dois crimes cometidos por Ribeiro entre 2015 e 2017. No último domingo, o Fantástico da TV Globo mostrou que, na última semana, a Polícia Federal prendeu 15 bandidos por participação no mega-assalto a banco de Araçatuba, no interior de São Paulo. A identificação de alguns deles só foi possível graças a vestígios deixados pelos suspeitos, impressões digitais, marcas de sangue, saliva e até mesmo suor. As investigações apontam que muitos assaltantes vieram de cidades maiores como São Paulo e Campinas. Ao todo, 32 pessoas já foram pesas. “Não existe crime perfeito. A capacidade técnica das políticas hoje permite que a gente identifique e depois localize o criminoso”, comemorou à época Rodrigo Bartolamei, superintendente da Polícia Federal.

A maioria das coincidências é entre vestígios, isto é, DNAs idênticos encontrados em dois locais de crimes distintos. Ao todo, foram 3.226 coincidências desse tipo. Há, entretanto, coincidências entre vestígios e indivíduos: quando o DNA de uma pessoa que já está no sistema é encontrado na cena do crime.

Em outro caso também elucidado pela Polícia, um grupo que assaltava motéis, além de cometer estupros, foi identificado pelo DNA. A quadrilha praticava os crimes em Goiás e no Maranhão. Peritos do Maranhão tinham inserido os perfis genéticos no banco após a prisão de dois suspeitos e houve compatibilidade com substâncias retiradas de locais de crime.

A conclusão de investigação de crimes sexuais merece destaque entre os resultados. Duas a cada três coincidências são relacionadas a esse tipo de ocorrência. No caso das coincidências de DNA entre um vestígio e um indivíduo, os crimes sexuais respondem por 56%.

Além disso, em alguns estados, o banco tem sido utilizado para ajudar na identificação de desaparecidos. As informações são do jornal O Globo.

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