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Economia Brasileiro trabalha no exterior sem sair do País. Com escalada do dólar, e expansão do home office na pandemia, mão de obra brasileira atrai empresas estrangeiras

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O governo chinês criticou o ambicioso plano de investimento americano no setor tecnológico. (Foto: Reprodução)

É entre 10h e 14h no horário de Brasília – quando é fim do dia na Europa e manhã na costa oeste dos Estados Unidos – que o programador Renan Bandeira consegue encontrar, simultaneamente, o maior número de colegas de trabalho online. Apesar de morar em Fortaleza, Bandeira trabalha para uma empresa americana que tem 80 funcionários (outros três brasileiros) espalhados pelo globo.

O caso mostra como a expansão do home office – forçada pela pandemia do coronavírus – trouxe grandes transformações ao mundo corporativo e abriu as fronteiras para o mercado de trabalho. Nos últimos meses, empresas de várias partes do mundo, como a em que Bandeira trabalha, decidiram buscar no Brasil talentos para compor seus times. Ao contrário do movimento percebido antes da pandemia, agora os chamados ‘expatriados virtuais’ não precisam nem de passaporte para trabalhar fora do País e, em alguns casos, nem de inglês fluente. De casa, fazem seus trabalhos e prestam contas para superiores no exterior.

“O mercado de TI se assemelha muito ao do futebol. Os jogadores querem ir pra fora. Eu não descarto ir. Mas, hoje, financeiramente, é muito melhor morar aqui e trabalhar para fora. E aí você também tem a possibilidade de ficar perto da família”, diz Bandeira.

O movimento teve início antes da pandemia, mas foi acelerado pelo isolamento social, que provocou um êxodo urbano importante, diz o diretor de Recrutamento da Robert Half, Lucas Nogueira. Além disso, a desvalorização do real frente ao dólar fortaleceu a tendência. Com a moeda nacional mais fraca, a mão de obra brasileira virou uma solução barata para as companhias estrangeiras. Ficou vantajoso para ambos os lados – a empresa gasta menos e o trabalhador ganha mais em relação ao mercado interno.

Em alguns casos, o salário pago por companhias estrangeiras chega a ser mais que o dobro da remuneração brasileira. Segundo Luciano Montezzo, da 99hunters, uma posição que paga R$ 8 mil no Brasil pode chegar a R$ 20 mil no exterior. No caso do engenheiro de software Lucas Vasconcelos, de 25 anos, o aumento do salário comparado ao mercado doméstico foi de 200%.

Desde o fim de 2020, quando saiu de uma empresa no Brasil, ele presta serviço para uma startup nos Estados Unidos. “Meu amigo sempre me chamava para trabalhar fora, mas achava que não estava preparado. Com a pandemia, tomei coragem, mandei meu currículo e fui chamado.”

A demanda mais forte por profissionais brasileiros têm ocorrido nas vagas de tecnologia – área em que o Brasil mesmo tem um déficit de 250 mil profissionais. A gerente de recrutamento para tecnologia da Michael Page, Luana Castro, afirma que em 2020 percebeu aumento de 30% na busca de empresas de fora por desenvolvedores brasileiros.

“No passado, já existia esse movimento. Mas era mais restrito, porque as empresas tinham de conseguir o visto de trabalho para o funcionário. Com a pandemia, não é mais necessário que a pessoa mude de país. Ela fica aqui e trabalha de forma remota.”

Segundo a executiva, esse movimento é semelhante ao que ocorre há anos na Índia. No país, a mão de obra barata, a desregulamentação de leis trabalhistas e políticas do governo para atrair empresas estrangeiras impulsionaram o desenvolvimento tecnológico. No caso do Brasil, porém, não há a vinda de companhias.

Aqui, ao contrário do país asiático, o idioma também sempre foi um dificultador. Agora, porém, diante da falta global de mão de obra, algumas empresas nem estão mais exigindo fluência na língua. De acordo com Luana, há casos em que são contratados profissionais com um nível de inglês intermediário e um gestor que fala português acaba fazendo a interlocução.

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