Domingo, 06 de julho de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Política Cúpula do Mercosul termina sem declaração presidencial por divergências com Uruguai

Compartilhe esta notícia:

As crises dentro do Mercosul são constantes, mas no último ano transbordaram os limites que a diplomacia conseguia conter. (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado)

A Cúpula do Mercosul foi encerrada nesta sexta-feira (17) em Brasília sem uma declaração presidencial final, em meio a mais uma crise entre os membros frente a divergências sobre negociações comerciais fora do bloco e a decisão de reduzir a Tarifa Externa Comum (TEC), aplicada a produtos de países de fora.

Ao final de dois dias de reuniões em Brasília, apesar dos avanços em um dos temas até agora mais difíceis, que é a redução da TEC, o governo uruguaio decidiu que só assinaria a declaração, onde constaria a possibilidade de redução da TEC, se os demais países concordassem em aludir, no texto, à permissão para que o Uruguai iniciasse negociações de acordos comerciais independentes, sem os demais membros do bloco.

As regras atuais do Mercosul vetam esse tipo de negociações, e Argentina e Paraguai são contrários. Já o Brasil, de acordo com o embaixador Pedro Miguel da Costa e Silva, secretário de Negociações Bilaterais e Regionais nas Américas, concorda com a flexibilização – como as velocidades diferentes para negociações extra bloco – e aceita discutir, mas não com a imposição uruguaia.

O Uruguai começou conversas com a China e pretende abrir outras, e já declarou que vai fazê-lo independentemente do bloco, apesar de as regras do Mercosul impedirem o país de fazer.

Ao mesmo tempo, o país não é contrário à redução da TEC. Nesse ponto, a divergência esperada era entre o Brasil, que propôs a mudança, e a Argentina, que resistia. Os dois governos, no entanto, chegaram a um acordo de redução de 10% para a vasta maioria dos produtos, o que também foi aceito por Paraguai e Uruguai.

“O tema da TEC não gera problema, há consenso sobre isso. O problema é eles (Uruguai) quererem vincular as duas coisas, TEC e a flexibilidade plena, deles poderem negociar unilateralmente”, disse o embaixador.

Pedro Miguel afirmou que a posição do Uruguai agora é de bloqueio. “Buscou-se um consenso até o final, mas essa vinculação não vai ser aceita. É um desgaste desnecessário”, disse.

Sem conseguir o que queria, o governo uruguaio se recusou a assinar uma declaração dos quatro presidentes do Mercosul. Ao final do encontro foi divulgada apenas uma nota à imprensa assinada pelos governos da Argentina, Brasil e Uruguai.

As crises dentro do Mercosul são constantes, mas no último ano transbordaram os limites que a diplomacia conseguia conter, especialmente entre Argentina e Uruguai, de espectro ideológico divergente. A situação vem piorando desde março, quando, no encontro que seria para celebrar os 30 anos da criação do bloco, os presidentes Alberto Fernández, da Argentina, e Luis Lacalle Pou, do Uruguai, bateram boca em seus discursos.

Fernández anunciou que voltara atrás na concordância com a alteração linear na TEC – mas terminou por concordar agora – e Lacalle Pou, irritado, reclamou que o bloco era um peso para o Uruguai e anunciou sua intenção de partir para negociações independentes.

Divergências entre as posições brasileira e argentina são históricas, mas, ao longo deste ano, conseguiu-se chegar a acordos. As informações são da agência de notícias Reuters.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Política

Bolsonaro vai ao posto médico do Planalto pela terceira vez em menos de 15 dias
Ministério Público do Trabalho notifica presidente da Caixa sobre flexões de funcionários em festa de fim de ano
https://www.osul.com.br/cupula-do-mercosul-termina-sem-declaracao-presidencial-por-divergencias-com-uruguai/ Cúpula do Mercosul termina sem declaração presidencial por divergências com Uruguai 2021-12-17
Deixe seu comentário
Pode te interessar