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Esporte “Desaposentadoria” de Tom Brady aponta para dificuldades dos atletas em encerrar a carreira no esporte

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Mudança de rotina, necessidade de encontrar nova ocupação e perda de validação social estão entre problemas que podem levar à desistência. (Foto: Reprodução)

Não faltaram homenagens e reverências quando Tom Brady anunciou, em fevereiro, sua aposentadoria. Mas, há uma semana, tudo mudou. Apontado por muitos como o maior nome do futebol americano, o quarterback voltou atrás e revelou que estará com o Tampa Bay Buccanners na próxima temporada da NFL.

“Nestes últimos dois meses, percebi que meu lugar ainda é no campo e não nas arquibancadas. Esse tempo chegará. Mas não é agora”, disse Brady, em comunicado bem mais curto do que o texto anterior, de despedida.

Confundir-se na hora de identificar o momento certo para trocar de lado não é raro no esporte. Companheiro de Brady no Buccanners, Rob Gronkowski passou pela mesma situação há poucos anos. Considerado um dos melhores de sua posição na última década, ele se despediu em 2019. Uma aposentadoria que só durou uma temporada.

“Sempre disse que quando tivesse uma sensação, e ela fosse correta, estaria pronto para voltar ao campo. E agora tenho esta sensação”, afirmou na ocasião.

Esta confusão tampouco é exclusiva do futebol americano. Michael Schumacher já passou por isso. Aposentou-se em 2006, mas retornou para mais três temporadas de Fórmula 1 em 2010. Já Michael Jordan parou e voltou por duas vezes.

“Quando saí do jogo, deixei algo no chão. Vocês podem não conseguir entender isso”, explicou o astro do basquete em 2001, quando anunciou seu segundo retorno, aos 38 anos, daquela vez pelo Washington Wizards, sua própria franquia.

“É uma coceira que ainda precisa ser coçada. E não quero que ela me incomode pelo resto da vida.”

Diante da necessidade de se fazer compreender, Jordan usou a metáfora da coceira. Mas as dificuldades com as quais um atleta pode se deparar no momento da aposentadoria são bem mais complexas.

“A pessoa geralmente investiu neste papel social de atleta desde criança. A identidade dela é o esporte que pratica. Se não desenvolveu outros papéis sociais, se não estudou, ela não se percebe uma pessoa além do atleta. Então vai ter muita dificuldade na hora da transição”, avalia a psicóloga esportiva Carla Di Pierro, do Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Complicações

Deixar uma rotina já conhecida para trás, mudar de círculo social e ver-se diante da necessidade de buscar uma nova ocupação são algumas das novidades que surgem na vida do atleta de um dia para o outro. Um cenário que torna o retorno ao esporte tentador. E que pode até mesmo mexer com a saúde mental.

“Deixar de fazer algo recompensatório, que é como você é enxergado, valorizado. O esporte é o lugar onde ele ganha validação e reconhecimento social. A partir do momento que se aposenta, deixa de ter todos os benefícios que tinha”, continua Carla.

“O esporte traz a adrenalina da vitória, o reconhecimento do público, dos patrocinadores… Tem muita perda. O atleta entra num vácuo no qual, se não buscar uma nova carreira, uma identidade, um lugar onde possa se sentir reconhecido, ele vai deprimir. Pode ter questões de ansiedade. É um momento de muita vulnerabilidade para a saúde mental. Então é muito difícil “largar o osso”.”

Derrubar o mito de que a rotina mais apropriada para um atleta seja exclusivamente treinar, se alimentar e descansar é a linha de trabalho defendida pela psicologia esportiva. Dividir este tempo com os estudos é visto como fundamental para prevenir que se chegue à reta final da carreira despreparado para lidar com o pós-aposentadoria.

O COB oferece, desde 2012, um programa de transição voltado para atletas olímpicos ou pan-americanos que tenham se aposentado em até um ano ou estejam perto de fechar seu ciclo. Eles têm acesso a serviço de coaching de carreira, oportunidade de estágio/trainee e a possibilidade de realizar cursos. O objetivo é ajudá-los a descobrir um caminho profissional e a se preparar. Já passaram por ele desde nomes menos conhecidos do público até mais famosos como Sarah Menezes (judô), Diogo Silva (taekwondo), Keila Costa (atletismo) e Fabi Alvim (vôlei).

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