Terça-feira, 19 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2025
Em visita à Casa Branca nesta segunda-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, entregou uma carta escrita pela sua esposa, a primeira-dama Olena Zelesnka, à sua contraparte americana, Melania Trump, em agradecimento ao seu apelo pela paz e defesa das crianças. Durante a cúpula entre o líder americano, Donald Trump, e o mandatário russo, Vladimir Putin, no Alasca na última sexta-feira, o republicano entregou uma correspondência de Melania na qual ela advoga pelo fim da guerra em nome dos menores ucranianos — muitos dos quais foram levados à força para o território russo durante o conflito, segundo denúncias de organizações de direitos humanos.
— Não é para você, é para sua esposa — disse Zelensky, com um sorriso, ao entregar a carta a Trump ao cumprimentá-lo nesta segunda-feira.
O conteúdo do texto da primeira-dama ucraniana, no entanto, ainda não foi divulgado. A troca de correspondências, como parte de uma diplomacia conjugal, ocorreu durante o histórico encontro entre Zelensky, Trump e líderes europeus em Washington nesta segunda-feira, poucos dias após o republicano discutir um possível acordo de paz na Ucrânia com Putin.
A carta de Melania, por sua vez, foi publicada na íntegra por Trump em sua rede social, Truth Social, no domingo. No texto, a primeira-dama americana pediu a Putin para “proteger a inocência dessas crianças”:
“No mundo de hoje, algumas crianças são forçadas a rir silenciosamente, alheias à escuridão que as cerca”, diz a carta assinada por Melania, que não menciona a Ucrânia diretamente. “Senhor Putin, o senhor pode, sozinho, restaurar o riso melodioso delas (…). Ao proteger a inocência dessas crianças, o senhor fará mais do que servir à Rússia: servirá à própria humanidade.”
Putin leu a “carta da paz” imediatamente após Trump entregá-la, sob o olhar atento de delegações de ambos os lados, segundo a Fox News, antes das discussões.
“Uma ideia tão ousada transcende todas as divisões humanas, e o senhor, senhor Putin, está pronto para implementar essa visão com um simples traço de caneta hoje mesmo”, diz o texto. “A hora é agora”, afirma.
Putin é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, por supostamente promover uma campanha de deportação ilegal de crianças ucranianas para a Rússia, o que é considerado um crime de guerra. Segundo o relatório do TPI, de 2023, mais de 700 mil menores foram deslocados à força e levados para orfanatos russos ou adotados por famílias russas.
Antes da reunião no Alasca, alcançar o cessar-fogo imediato era uma das principais exigências de Trump. O presidente americano havia ameaçado Moscou com “consequências gravíssimas” caso o país não interrompesse as hostilidades. No entanto, Trump abandonou sua exigência de cessar-fogo ao final da cúpula e afirmou que “a melhor maneira” de encerrar o conflito de três anos era um acordo de paz abrangente.
Putin há muito tempo busca negociar diretamente um acordo abrangente e definitivo. Em contraste, Kiev e seus aliados europeus o veem como uma forma de Moscou ganhar tempo para expandir suas conquistas territoriais. Com informações do portal O Globo.