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Mundo Donald Trump se tornou o 5º presidente americano a não se reeleger em 100 anos

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Trump pode ser processado criminalmente. (Foto: Tia Dufour/The White House)

Em uma campanha dominada pela pandemia de coronavírus, o presidente republicano ignorou críticas e apelos para que tentasse ampliar a base de apoio e dobrou sua aposta populista.

Em comícios realizados nas semanas finais da corrida eleitoral, apesar de os Estados Unidos registrarem recordes diários no número de casos de covid-19, Trump manteve o discurso de que a pandemia estava chegando ao fim.

Nesses eventos, entre multidões de apoiadores, muitos seguiam o exemplo do presidente e ignoravam as recomendações de especialistas médicos para que usassem máscaras e mantivessem distanciamento social.

Ao longo da pandemia, Trump desprezou as orientações de cientistas e das agências de seu próprio governo em relação ao coronavírus, ridicularizou o adversário, Biden, por usar máscara e evitar grandes comícios, e criticou a obsessão da imprensa “fake news” com a covid-19.

Diagnosticado com a doença em outubro, o presidente, de 74 anos, foi hospitalizado e submetido a um tratamento de ponta ao qual nenhum outro americano teria acesso. Recuperado, retomou a agenda de campanha e passou a ressaltar que as pessoas não deveriam deixar o medo do coronavírus dominar suas vidas.

Mas os Estados Unidos continuaram liderando o ranking mundial da pandemia, com mais de 9 milhões de casos confirmados e mais de 235 mil mortes até o fim de semana anterior à eleição e uma crise econômica que deixou milhões sem emprego e em dificuldades financeiras.

“Os eleitores costumam punir um presidente em busca de reeleição quando as coisas não estão boas para eles. E as coisas não estão boas com o coronavírus”, diz à BBC News Brasil o cientista político Hans Noel, professor da Universidade Georgetown, em Washington. Desde 1920, somente outros quatro presidentes americanos fracassaram em suas campanhas de reeleição: Herbert Hoover, Gerald Ford, Jimmy Carter e George H. W. Bush.

“Uma campanha de reeleição para presidente é sempre um referendo sobre o seu desempenho, se as pessoas estão contentes ou não com sua liderança”, diz o cientista político Todd Belt, professor da George Washington University, em Washington.

“O que nós tivemos (nos quatro anos de governo Trump) foi essa personalidade como presidente, em vez de um político real. Trump é uma personalidade exuberante. (A eleição) é um tipo de referendo sobre isso”, observa Belt, ao ressaltar que o resultado nas urnas diz mais a respeito de Trump do que de Biden.

Diante do sucesso surpreendente de quatro anos atrás, Trump repetiu a fórmula na atual campanha.

“Ele não mudou praticamente nada”, diz o ex-embaixador Melvyn Levitsky, que serviu no Brasil de 1994 a 1998 e atualmente é professor de política internacional na Universidade de Michigan. “Sua estratégia continuou sendo a de apelar para sua base eleitoral em vez de tentar ampliar o apoio, apostando que sua base iria comparecer às urnas em grandes números”, observa Levitsky.

Assim como na eleição anterior, neste ano o presidente aparecia em desvantagem nas pesquisas de intenção de voto, que mostravam Biden como favorito. Mas, se no pleito de 2016 Trump contrariou as projeções e saiu vitorioso, desta vez sua base de apoiadores não foi o suficiente para evitar uma derrota.

“A principal diferença (entre a campanha de 2016 e a atual) é que Donald Trump é o presidente, o que sempre é mais difícil. É fácil ser um outsider e criticar o governo. É mais difícil ter de defender o que você fez pelo país”, afirma Belt, da George Washington University.

Durante seus quatro anos na Casa Branca, o 45º presidente americano pouco se esforçou para conquistar os americanos que não haviam votado nele e reunificar a nação dividida. Ao longo de seu governo, Trump também acabou perdendo o apoio de alguns de seus eleitores, decepcionados com seu desempenho.

“Sua popularidade é muito baixa em comparação à maioria dos presidentes que buscaram reeleição. Ele não ganhou o voto popular inicialmente (no pleito de 2016) e não fez muito para ganhar (esses eleitores posteriormente)”, salienta Noel, da Universidade de Georgetown.

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