Quinta-feira, 31 de outubro de 2024
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2017
O empresário Joesley Batista afirmou à PGR (Procuradoria-Geral da República) que o presidente Michel Temer e sua mulher, a primeira-dama Marcela Temer, viajaram no jato particular do dono da JBS/Friboi quando o peemedebista era vice-presidente. O empresário entregou um diário de bordo do avião prefixo PR JBS aos investigadores da Operação Lava-Jato
A informação foi divulgada na terça-feira (06). Na ocasião, Joesley afirmou que as viagens foram feitas em 2011 e apresentou um diário de bordo com detalhes sobre os deslocamentos. Agora, a PGR pretende oficializar os dados informados nos autos do processo para apurar se ocorreram e como a informação será utilizada no inquérito sobre o presidente.
O objetivo do empresário: demonstrar que tinha uma relação de bastante proximidade com Temer, diferentemente do que o peemedebista tem afirmado. O presidente reconheceu que conhecia o executivo antes da conversa que tiveram no Palácio do Jaburu, em março, mas disse que ele é um “falastrão”, “uma pessoa que se jacta de eventuais influências”.
Em outubro de 2012, o presidente chegou a comparecer ao casamento do empresário com a jornalista Ticiana Villas Boas, em São Paulo. Em nota oficial, o Palácio do Planalto disse que, em 2011, o presidente viajou em uma aeronave da FAB (Força Aérea Brasileira) para a Bahia e para Porto Alegre, destinos para os quais teria se deslocado em jato particular de acordo com o executivo.
A Secretaria de Comunicação Social afirmou não ter registro de “viagem do então vice-presidente Michel Temer em avião particular do empresário Joesley Batista”. Em encontro no Jaburu, o executivo gravou o presidente em um diálogo no qual é tratada a solução de “pendências” com o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), preso no rastro da Operação Lava-Jato.
O conteúdo da gravação baseou parte do pedido de abertura de inquérito apresentado contra o presidente pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que foi aceito pelo relator da Lava-Jato no STF (Supremo Tribunal Federal), Edson Fachin. (Folhapress)