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Mundo Ex-cirurgião pega 15 anos de prisão na França por abusar de 349 crianças

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(Foto: Reprodução)

O ex-cirurgião Joël Le Scouarnec, de 70 anos, foi condenado a 15 anos de prisão na França por abuso sexual contra vítimas menores de idade à época dos crimes. O aposentado de 68 anos abusou sexualmente de 349 crianças ao longo de sua carreira de quase 30 anos, no que pode ser o maior caso de pedofilia da história da França.

As alegações contra ele cobrem as três décadas em que atuou em hospitais, incluindo abusos contra uma sobrinha e uma paciente nos anos 1990, em Loches, em Indre-et-Loire. No mesmo período, cometeu estupro contra outra de suas sobrinhas e uma menina que morava no mesmo bairro, em Jonzac, Charente-Maritime. A denúncia desta última foi o que permitiu que o autor fosse preso em maio de 2017

Os investigadores descobriram diários secretos nos quais Le Scouarnec descreveu cenas envolvendo um grande número de crianças. As crianças foram identificadas, permitindo que a polícia as rastreasse para obter seu depoimento, levando a acusações adicionais.

O jornal francês “Le Monde” informou que, inicialmente, Scouarnec admitia a agressão sexual, mas negava o crime mais grave. Mais tarde, porém, acabou confessando-os, incluindo três casos da década de 1980 que já estão prescritos, e os estupros contra suas sobrinhas, atualmente com 30 e 35 anos.

Presidente do tribunal na comuna de Saintes, no departamento Charente-Maritime, Isabelle Fachaux justificou o julgamento observando que “apesar de sua condenação” em 2005 por ver imagens de pedofilia, “Joël Le Scouarnec deu continuidade às suas ações, o que suscita temores de uma reiteração dos fatos” e “necessita de uma sentença de prisão significativa”. O condenado tem dez dias para apelar.

“Não estou pedindo indulgência do tribunal”, disse ele, antes que o tribunal e o júri se retirassem para deliberar. “Não peço perdão ou compaixão (…) apenas o direito de voltar a ser um homem melhor”, afirmou o réu.

A defesa, representada por Thibaut Kurzawa, explicou que o ex-cirurgião “sabe que o que fez é imperdoável”, não tornando necessário fazer um pedido de desculpas, embora tenha “arrependimentos”.

O julgamento teve início em 13 de março e foi interrompido no segundo dia, por conta do lockdown imposto pelo governo francês contra a epidemia de coronavírus. As audiências acontecerão a portas fechadas, a pedido das vítimas e de várias testemunhas.

O atual processo é apenas uma primeira etapa para esclarecer os crimes cometidos por Scouarnec. O ex-cirurgião foi novamente indiciado em outubro por denúncias de fatos que teriam ocorrido em Lorient, na Bretanha, onde o médico é suspeito de estupro e agressões sexuais em outras 312 vítimas maiores e menores.

Para as advogadas da associação francesa Inocência em Perigo, Nathalie Bucquet e Marie Grimaud, o processo deverá revelar quem era Scouarnec em sua vida privada. Os peritos que avaliaram sua personalidade o descreveram como um “manipulador, fascinado pela pedofilia, sem empatia”.

Em 2017, diante do juiz, o ex-cirurgião declarou que as agressões para ele acabaram “se tornando algo normal”. Ele diz nunca ter se preocupado com possíveis denúncias, apesar de uma condenação, em 2005, a quatro meses de prisão, por consulta a imagens de pornografia infantil na internet.

Sua mulher, segundo ele, “sabia de tudo”, e sua irmã, mãe de duas vítimas, chegou a questioná-lo sobre seu comportamento, mas o segredo foi mantido em família. Ambas devem depor no tribunal e seus testemunhos são aguardados com impaciência pelas vítimas.

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