Domingo, 22 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 7 de junho de 2023
O Irã apresentou o primeiro míssil hipersônico fabricado no país e alarmou Israel, seu maior rival no Oriente Médio. O míssil, nomeado Fattah (“o conquistador”, em farsi) é capaz de atingir o território israelense em 400 segundos, segundo o anúncio iraniano. Ele tem um alcance de 1,4 mil quilômetros e pode atingir a velocidade de cerca de 15 mil quilômetros por hora.
Os mísseis hipersônicos podem voar cinco vezes mais rápido do que a velocidade do som e, acredita-se, a velocidade e capacidade de manobra alegadas são capazes de contornar sistemas de defesa aérea. Além do Irã, apenas outros quatro países dizem possuir armas semelhantes.
A inauguração do míssil contou com a presença do presidente iraniano, Ebrahim Raisi. Em novembro, o governo alegou que o equipamento estava em construção e teria capacidade de manobrar dentro e fora da atmosfera. “Ele pode contornar os sistemas de mísseis antibalísticos mais avançados dos EUA e do regime sionista, incluindo o Domo de Ferro de Israel”, disse a TV estatal iraniana.
Raisi afirmou na TV estatal iraniana revelando a Fattah que era um impedimento que seria “um ponto de segurança e paz estável” para a região.
O comandante da Força Aeroespacial do IRGC, Amir Ali Hajizadeh, chamou o Fattah de “um míssil único no mundo”. Nenhum lançamento real do míssil foi descrito pelo Irã, somente um teste de solo do motor do míssil, segundo o comandante. Esse teste envolve um motor de foguete sendo colocado em um suporte e disparado para verificar suas habilidades.
Acredita-se que a China esteja buscando mísseis hipersônicos, assim como os EUA. A Rússia afirma já estar em campo com as armas e disse que as usou na Ucrânia. A força aérea ucraniana disse no mês passado que derrubou um míssil hipersônico russo Kinzhal com defesas aéreas Patriot dos EUA.
Programa de mísseis
O Irã, que tem um dos maiores programas de mísseis do Oriente Médio, diz que suas armas são capazes de atingir as bases de Israel e dos Estados Unidos na região. Apesar da oposição dos EUA e da Europa, a República Islâmica disse que desenvolverá ainda mais seu programa de mísseis “defensivos”.
“Nossa mensagem para os inimigos do Irã é que defenderemos o país e suas conquistas. Nossa mensagem para nossos amigos é que queremos ajudar a estabilidade regional”, disse o ministro da Defesa iraniano, Mohammadreza Ashtiani.
O míssil apresentado nesta terça-feira é considerado de um alcance médio para o extenso arsenal de mísseis balísticos do Irã, que a Guarda construiu ao longo dos anos, já que as sanções ocidentais o impedem em grande parte de acessar armamento avançado. “Não existe nenhum sistema que possa rivalizar ou combater esse míssil”, afirmou Hajizadeh.
No passado, o Irã foi acusado de inflar suas alegações de tecnologia de mísseis. Os relatos surgem no momento em que Israel expressou crescente alarme de que o Ocidente estava considerando uma nova negociação com Teerã para revigorar o acordo nuclear paralisado que controla o programa nuclear civil do Irã. A inspeção nuclear da ONU, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), também disse que chegou a um acordo inicial com seus homólogos iranianos para revigorar seu processo de inspeção severamente reduzido.
A AIEA também disse que o Irã deu uma explicação para os vestígios de urânio empobrecido em um local, conhecido como Marivan, dizendo que era devido à presença de uma mina e laboratório.