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Por Redação O Sul | 13 de maio de 2017
Nos últimos meses, quatro forças-tarefas atingiram o conglomerado JBS/Friboi: as operações Greenfield, Sépsis e Cui Bono e Bullish, deflagrada na sexta-feira pela PF (Polícia Federal). Esta última, porém, é a que tem potencial para ser a mais danosa no curto prazo. Isso porque a decisão judicial que a autorizou impõe limitações às atividades do grupo empresarial.
Em seu despacho, o juiz Ricardo Soares Leite, da 10ª Vara Federal de Brasília, afirma que os controladores da JBS não poderão promover “qualquer mudança estrutural nas empresas existentes”, incluir ou excluir sócios ou criar empresa “no Brasil ou em país estrangeiro” até que a PF produza um relatório conclusivo sobre as supostas irregularidades nos aportes de recursos do BNDES ao frigorífico.
A ordem judicial também coloca em xeque o lançamento de ações no exterior planejado pela JBS, que deveria ocorrer até o mês que vem. A companhia já vinha enfrentando obstáculos para fazer a oferta no primeiro semestre deste ano, como inicialmente anunciado aos investidores. Mas a Operação Bullish pode inviabilizar de vez esse cronograma.
Na avaliação de executivos do grupo, o texto levanta dúvidas suficientes sobre a possibilidade de levar o negócio adiante neste momento, apesar de não vedar especificamente uma oferta de ações, apurou a Folha. Não há, contudo, um parecer jurídico definitivo sobre o tema, que ainda está sendo analisado internamente.
As operações anteriores tinham como alvo a J&F, holding que reúne participações das empresas dos irmãos Joesley e Wesley Batista no frigorífico e em empreendimentos como Eldorado, Alpargatas, Vigor e Flora.