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Geral Laudo aponta que jovem de São Gabriel morreu após hemorragia interna; policiais são indiciados em inquérito militar

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Jovem de 18 anos era morador de Guaíba e havia se mudado no começo do mês para a cidade da Fronteira Oeste do RS. (Foto: Reprodução)

O IGP-RS (Instituto-Geral de Perícias do Rio Grande do Sul) confirmou, nesta segunda-feira (29), que Gabriel Marques Cavalheiro já estava morto quando foi deixado por policiais militares em um açude de São Gabriel, na Fronteira Oeste do RS. O laudo de necropsia, feito após a descoberta do corpo, há pouco mais de uma semana, revelou que o jovem de 18 anos foi vítima de uma hemorragia interna.

Ainda conforme o IGP, o sangramento foi causado por uma lesão na cervical, abaixo do pescoço. Não foi possível determinar o objeto que causou o ferimento e, tampouco, quantas vezes Gabriel foi golpeado, mas o laudo apontou “sinais de ação por instrumento contundente”.

Os três policiais envolvidos no crime estão presos. Eles foram indiciados, nesta segunda-feira (29), no inquérito militar instaurado pela BM (Brigada Militar). A Corregedoria-Geral da BM informou que concluiu as investigações e encaminhou o inquérito à Justiça Militar, com o indiciamento dos três integrantes da guarnição pelo crime de homicídio doloso com as qualificadoras de: motivo fútil; tortura; recurso insidioso que tornou impossível a defesa da vítima e, prevalecendo-se da situação de serviço, e falsidade ideológica, condutas previstas no Código Penal Militar. Eles também foram indiciados pelo crime militar, por extensão, de ocultação de cadáver.

Leia trechos da nota divulgada pela BM: “Em relação à morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, a Brigada Militar, em primeiro lugar, se solidariza com a família, e estende seu sentimento de pesar aos entes próximos ao jovem. A divulgação do Laudo de Necropsia, na segunda-feira, 29 de agosto, comprovou o que as investigações do Inquérito Policial Militar indicavam, sendo a informação que faltava para a conclusão do IPM, que foi alcançada dentro do menor prazo possível observando-se questões essenciais na obtenção de informações que se configurassem em elementos de prova com robustez e outros requisitos. A Corregedoria-Geral concluiu as investigações e encaminhou hoje o inquérito à Justiça Militar, com o indiciamento dos três integrantes da guarnição pelo crime de homicídio doloso com as qualificadoras de: motivo fútil; tortura; recurso insidioso que tornou impossível a defesa da vítima e, prevalecendo-se da situação de serviço, e falsidade ideológica, condutas previstas no Código Penal Militar. Ainda, foram indiciados pelo crime militar, por extensão, de ocultação de cadáver. Em relação às condutas transgressionais praticadas pelos indiciados verificou-se, em tese, a prática de transgressão grave da disciplina policial militar após inobservância dos preceitos institucionais previstos no Estatuto dos Militares Estaduais do RS: amar a verdade e a responsabilidade como fundamento da dignidade pessoal; exercer com autoridade, eficiência e probidade as funções que lhe couberem em decorrência do cargo; respeitar a dignidade da pessoa humana; cumprir e fazer cumprir as leis, os regulamentos, as instruções e as ordens das autoridades competentes; empregar as suas energias em benefício do serviço; proceder de maneira ilibada na vida pública e na particular; zelar pelo bom nome da Brigada Militar e de cada um dos seus integrantes, obedecendo aos preceitos da ética do servidor militar; zelar pela probidade e a lealdade em todas as circunstâncias; e zelar pelo rigoroso cumprimento das obrigações e das ordens”.

O caso

Gabriel Marques Cavalheiro desapareceu na madrugada de 13 de agosto, após ser abordado por uma viatura da Brigada Militar na rua Sete de Setembro, em São Gabriel. A guarnição foi acionada por uma moradora, que teria se assustado com a movimentação nas proximidades de sua casa. Um vídeo amador revelou que a vítima apresentava sinais de embriaguez e foi algemada pelos agentes.

Ao preencher o boletim de ocorrência, os brigadianos relataram ter apenas revistado e liberado o suspeito em seguida. Diante do sumiço do jovem e de elementos como a gravação da abordagem, porém, foram confrontados pela Corregedoria da corporação e acabaram admitindo ter retirado Gabriel do local da abordagem, dentro da viatura.

Nessa segunda versão do incidente, o trio alegou que o próprio rapaz pediu para ser deixado na localidade de Lava Pé, onde há um açude. O sistema de monitoramento via GPS comprovou que a viatura permaneceu nesse ponto por quase 2 minutos.

Foi em um açude, próximo dali, que o corpo de Gabriel foi encontrado uma semana depois. Os brigadianos negam envolvimento na morte do jovem e estão presos preventivamente desde que o cadáver foi descoberto. O caso gerou comoção e protestos na cidade.

Morador de Guaíba (Região Carbonífera), ele havia se mudado no começo do mês para a cidade da Fronteira Oeste, onde residem parentes e a qual havia escolhido para cumprir o serviço militar – que nem chegou a ser iniciado.

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