Quarta-feira, 23 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 22 de novembro de 2023
A maioria dos 150 presos palestinos que serão soltos por Israel como parte do acordo para a libertação de parte dos reféns capturados pelo Hamas serão enviados para a Cisjordânia, e não para Gaza. A informação foi confirmada ao jornal O Globo pelo embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Mohamed Alzeben, nessa quarta-feira (22).
De acordo com o embaixador palestino, os presos libertos devem ser recebidos por familiares, amigos e autoridades, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia, antes de passar por exames médicos e serem acompanhados até suas casas, caso o protocolo habitual seja cumprido. Contudo, nenhum tipo de recepção pública ou ato simbólico está confirmado, considerando a situação de segurança nos dois territórios.
Os termos do acordo mediado pelo Catar, anunciado na segunda-feira por fontes israelenses e palestinas, estabelecem que 150 palestinos presos em Israel devem ser soltos em troca da liberação de 50 reféns capturados pelo Hamas. A troca deve ser concluída dentro de um prazo de quatro dias, a partir da manhã desta quinta-feira e, ainda de acordo com a negociação, um dia extra de cessar-fogo será concedido a cada 10 reféns extras liberados pelo Hamas.
Em preparação para o início das trocas, o governo de Israel divulgou uma lista com os nomes de 300 palestinos presos que estariam elegíveis para soltura dentro dos termos do acordo. As autoridades israelenses afirmaram que foram excluídos da lista os presos que cumprem pena por homicídio, e deu um prazo de 24 horas para que a sociedade civil contestasse alguns dos nomes apontados, antes da escolha dos nomes finais.
A imprensa israelense já havia apontado que a maioria dos presos listados por Israel seriam naturais da Cisjordânia, muitos deles detidos após atos de vandalismo ou participação em protestos violentos no enclave mais ao norte ou em Jerusalém Oriental. Não havia confirmação, contudo, se eles seriam encaminhados de volta para casa ou seriam mandados para Gaza, em função da troca ser com o Hamas, que governa o território mais ao sul.
O gabinete do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirma que os presos, todos com 18 anos ou menos e mulheres, serão liberados apenas quando os reféns do Hamas estiverem em solo israelense.
O Conselho de Segurança Nacional de Israel anunciou, nesta quarta-feira, que nenhum refém será libertado antes desta sexta-feira (24).
Em uma coletiva também nessa quarta, Netanyahu afirmou que a guerra contra o Hamas continua apesar da trégua.
Pouco antes da coletiva de Netanyahu começar, o porta-voz das Forças Armadas de Israel, Daniel Hagari, disse que o Exército está se preparando para a implementação do acordo, descrevendo-o como um “processo complexo que pode levar tempo” e que envolve várias etapas. Os próximos dias serão “repletos de momentos de alívio e momentos de dor”, disse ele, alertando que também podem incluir “tentativas de realizar terror psicológico, direcionado contra nós pelas organizações terroristas”. As informações são do jornal O Globo e de agências internacionais de notícias.