Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2020
Conhecida como o hormônio indutor do sono, a melatonina é componente essencial do nosso organismo. Em sua forma natural, é produzida por diversos animais e plantas, além dos seres humanos.
Em sua forma química, é uma indolamina sintetizada a partir do triptofano e derivada da serotonina. Mais especificamente, a melatonina é produzida pela glândula pineal, que apresenta importante função na regulação dos ritmos biológicos.
A médica endocrinologista Maria Cecília Fittipaldi explica que a característica mais importante deste hormônio é que sua produção diária obedece ao ciclo de iluminação do ambiente característico do dia e da noite, o chamado ciclo circadiano. Ou seja, a melatonina é um hormônio que tem grande importância na conquista de um sono de qualidade, entre outros benefícios.
“Na presença de luz, sua produção e atividade são suprimidas. O pico de produção da melatonina se dá durante a noite, quando não há luz. Essa característica de produção ligada ao ciclo circadiano (claro/escuro) atribui à melatonina um papel de associação, em particular, aos períodos sono e vigília”, ensina Fittipaldi.
Segundo a médica, a melatonina tem seu uso indicado no tratamento de alguns distúrbios do sono como insônia, sono fragmentado, e outros que chegam a acometer 18% da população. Nesse caso, recomenda-se o uso, sob supervisão médica, de melatonina manipulada, que pode ser encontrada em algumas farmácias e lojas de produtos naturais. A suplementação tem sido também usada com sucesso na correção dos distúrbios causados pelo “jet-lag” (mudança brusca de fuso horário que pode pegar o metabolismo da pessoa de surpresa).
“Mas além do sono, sabe-se que a melatonina também está associada ao metabolismo energético. Estudos mostraram que indivíduos que apresentaram ausência ou redução da produção de melatonina desenvolveram alterações do colesterol, resistência insulínica, distúrbios do balanço energético e obesidade”, explicou a endocrinologista.
Além disso, noites mal dormidas podem afetar o metabolismo, aumentar o nível de estresse, diminuir qualidade de vida e, consequentemente, reduzir o rendimento em atividades de trabalho e principalmente no desempenho físico, explicou a médica.
A maioria das pessoas é capaz de produzir melatonina em quantidades adequadas que tiver uma alimentação equilibrada, praticar atividades físicas e mantiver bons hábitos na hora de dormir. A suplementação é indicada apenas em alguns casos de distúrbios do sono.
Benefícios da melatonina
– Regula e mantém a qualidade do sono;
– Ajuda a emagrecer;
– Regula a produção e secreção de insulina, glucagon e cortisol, que influenciam diretamente nas reservas energéticas e no gasto energético;
– Ao regular a insulina, ajuda a combater a diabetes;
– É adjuvante no tratamento contra os danos do mal de Alzheimer;
– Atua no controle de enxaquecas;
– Tem efeito ergogênico, melhorando o desempenho físico e esportivo.
Possíveis indicações do uso de suplementação de melatonina:
– Indivíduos que trabalham em períodos noturnos e precisam dormir durante o dia;
– Indivíduos que dormem e acordam mais tarde (não aproveitam, por exemplo, o período de sol da manhã);
– Indivíduos que viajam com frequência e precisam se recuperar do jet lag (por conta da mudança de fusos);
– Indivíduos com algum grau ou com deficiência visual, que podem ter seu relógio biológico afetado devido à dificuldade de perceber luminosidade.
Contraindicações
É importante reforçar, entretanto, que a suplementação de melatonina manipulada deve ter indicação médica. E que deve ser evitada por pessoas com distúrbios de coagulação do sangue, hipertensão arterial e doença cardiovascular. Também não está bem definida a segurança da medicação em gestantes.