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Geral Moradores de Hong Kong fazem fila para comprar a última edição de jornal pró-democracia

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As filas se estendiam por centenas de metros, dobrando esquina após esquina. (Foto: Reprodução/Twitter)

Em Hong Kong, na manhã desta quinta-feira, as filas se estendiam por centenas de metros, dobrando esquina após esquina. Começando antes do amanhecer, multidões na cidade de 7,5 milhões de habitantes fizeram fila por horas para comprar a última edição impressa do jornal Apple Daily, forçado a fechar pelas autoridades que o acusaram de crimes de segurança nacional.

Normalmente vendendo 80.000 cópias por dia, o jornal imprimiu um milhão de cópias. A demanda era tão grande que, no meio da manhã, os moradores de Hong Kong estavam fazendo uma planilha on-line de lojas de conveniência que ainda tinham cópias à venda, segundo o correspondente do jornal britânico The Guardian.

“Os habitantes de Hong Kong se despediram dolorosamente na chuva: ‘Apoiamos o Apple Daily’”, dizia a manchete final da primeira página. A foto de meia página mostrava a multidão de apoiadores que se reuniram do lado de fora do prédio na noite anterior, deixando mensagens de agradecimento no portão da frente e acenando para os funcionários reunidos nas janelas e sacadas.

Seu fundador e proprietário está preso desde dezembro, seu presidente-executivo e editor-chefe desde a última quinta-feira, e o redator editorial principal foi preso na quarta-feira, 23. Todos foram acusados de conluio estrangeiro sob uma lei de segurança nacional que governos internacionais e grupos de direitos humanos dizem que está sendo usada para esmagar a dissidência.

A crescente pressão sobre a mídia em Hong Kong foi enfatizada com o fechamento do Apple Daily, que costuma criticar os governos da China e de Hong Kong. A cúpula do jornal disse que não tinha escolha a não ser fechar suas portas. O jornal, um dos mais lidos em Hong Kong, é objeto de uma investigação de segurança nacional que também prendeu seu fundador, Jimmy Lai.

Apesar de ter o direito à liberdade de expressão consagrado em sua Constituição local, o território chinês está agora em 80º lugar entre 180 países e regiões no Índice Mundial de Liberdade de Imprensa, abaixo do 18º lugar quando os Repórteres Sem Fronteiras publicaram o índice pela primeira vez em 2002.

Depois que a polícia invadiu a redação na semana passada e o secretário de segurança de Hong Kong, congelou os ativos e as contas do jornal, a empresa-mãe do Apple Daily, Next Digital Media, não teve escolha. Incapaz de pagar os custos operacionais ou de pessoal, anunciou que o site, o aplicativo e as contas de mídia social serão encerrados e o último jornal chegou às bancas nesta quinta-feira.

Uma nota de despedida do ex-editor associado do jornal, Chan Pui-man, que renunciou ao cargo após sua prisão, disse que a administração decidiu fechar o jornal por preocupação com a segurança da equipe.

Dentro da redação, a equipe tirou fotos do grupo, enquanto alguns choraram ao montar a última edição, assistida por repórteres de veículos rivais que estavam lá para cobrir um momento significativo para seu setor.

Nesta quinta-feira, as pessoas compartilharam vídeos das longas filas e fotos das cópias obtidas. A arte de protesto se espalhou pelas redes sociais, em meio à tristeza e raiva com o fechamento.

O ex-presidente-executivo de Hong Kong, Cy Leung, escreveu no Facebook que o Apple Daily estava vendo as consequências para quem é “conivente com a escória de países estrangeiros”. “Apple Daily e Next Magazine, fundada por Jimmy Lai, não são organizações de mídia, mas suas ferramentas de divulgação política. O que quer que tenha acontecido com ele, sua família e assistentes não têm nada a ver com trabalho jornalístico ou liberdade de imprensa”, disse ele. As informações são dos jornais O Estado de S. Paulo e The New York Times e da agência de notícias AP.

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