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Saúde Mulheres que queriam ter filhos e se endividaram para pagar por tratamentos de reprodução agora vivem a alegria e o sonho de serem mães

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Reprodução assistida ainda é um procedimento caro, mas especialistas estão mobilizados para facilitar acesso pelo SUS e planos de saúde. (Foto: Reprodução)

Durante exatos dois anos e quatro meses, Cláudia Conceição de Medeiros teve uma única prioridade: tornar-se mãe. E, para isso, não poupou esforços. Ela passou por oito tratamentos para engravidar por meio de fertilização in vitro, gastou pelo menos 50 mil reais – parte disso obtida com um empréstimo consignado que, dois anos depois, ainda está pagando –, acumulou desgaste emocional ao receber tantos resultados negativos e, por vezes, foi tomada pela preocupação de criar o tão desejado filho em uma “produção independente”.

Entretanto, tudo pareceu pequeno quando, em 2014, Cláudia, então com 44 anos, se descobriu grávida. Após sete tentativas, aquela era a primeira vez em que um óvulo fertilizado resultava em gestação. Se ano passado ela pôde experimentar um novo sentido para o Dia das Mães com os bebês na barriga, atualmente a enfermeira não esconde a emoção de ter Guilherme e Miguel, com 10 meses de vida.

As técnicas reprodutivas se desenvolveram rapidamente nos últimos 30 anos. Ainda assim, em certos casos, são necessárias diversas tentativas, elevando ansiedade e despesas (cada ciclo de tratamento custa ao menos 15 mil reais, além de gastos extras). A angústia de Cláudia também foi vivida por Vanuza Ramos. Já mãe de quatro filhos do primeiro casamento, ela decidiu engravidar de novo, aos 46 anos, com o segundo marido.

O caminho não foi fácil. O companheiro de Vanuza pediu para ser demitido do emprego e usou o dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) e do seguro-desemprego no tratamento de reprodução assistida. Com todas as fichas apostadas na ciência e 16 mil reais em caixa, a família manteve-se fiel ao seu objetivo. Tudo valeu a pena. “Quando meu marido disse que o sonho dele era ser pai, eu respondi: ‘Meus filhos já estão todos crescidos’”, conta Vanuza, que não demorou a ceder. “Agora ele está desempregado, mas com o sonho realizado.”

Segundo o especialista em medicina reprodutiva Matheus Roque, mesmo com a queda nos custos do tratamento nas últimas décadas, os valores ainda assustam muita gente. De acordo com o médico, o preço se deve, principalmente, aos insumos e medicamentos envolvidos no procedimento: “A estrutura clínica e laboratorial adequada é muito cara: equipamentos, materiais e meios de cultivo são importados. Além do custo dos medicamentos, que em alguns casos chega a 50% do valor total do tratamento”.

Acesso limitado à fertilização.
Conforme o Ministério da Saúde, o SUS (Sistema Único de Saúde) tem apenas 12 unidades hospitalares que fazem tratamento de infertilidade, sendo cinco delas no estado de São Paulo. A escassa oferta, tanto na rede pública quanto na saúde suplementar, faz com que muitos casais desistam no meio do caminho. Em contato diário com esse problema, o médico Newton Busso, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Sociedades de Ginecologia e Obstetrícia), lidera o movimento “Tratamento de infertilidade para Todos”. A ideia é incluir a reprodução assistida no rol de procedimentos da ANS (Agência Nacional de Saúde), o que, consequentemente, garantiria a cobertura do procedimento pelos planos de saúde.

“Nem aqueles que têm plano conseguem, porque não consta no rol de procedimentos pagos pelas empresas. Então, existe uma judicialização dos tratamentos de reprodução assistida no Brasil. Pacientes que têm vontade de brigar por isso entram na Justiça e conseguem uma liminar para se tratar pelo plano”, conta Busso. (AG)

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