Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 8 de julho de 2020
O país com mais casos do novo coronavírus no mundo, os Estados Unidos, vai retoma o futebol com um campeonato novo, criado especificamente para dar ritmo de jogo aos times e ao mesmo tempo atender aos requisitos de segurança com a pandemia. A liga local, a MLS (Major League Soccer), montou um torneio em um molde parecido ao da Copa do Mundo e com a logística parecida à planejada pela NBA. Todas as equipes estão confinadas em um resort da Disney e vão disputar jogos sem a presença do público.
A ideia da liga foi compensar a paralisação do calendário em março por causa da pandemia com um torneio curto de menos de um mês de duração. Para a competição ser mais atrativa, valerá pontos para a temporada da MLS e renderá ao campeão vaga na Liga dos Campeões da Concacaf, a Copa Libertadores disputada por times das Américas Central e do Norte. O formato é simples: os 25 participantes estão divididos em seis grupos e depois terá início o mata-mata.
A proposta agradou aos clubes, mas houve um grande imprevisto de última hora. Na segunda-feira o FC Dallas se retirou da competição depois de dez jogadores testarem positivo para o novo coronavírus. O monitoramento de casos da doença é uma preocupação constante da liga, que realiza testes nos atletas a cada 48 horas e montou uma espécie de “bolha”, para evitar mais casos.
Todas as equipes estão hospedadas em um mesmo complexo hoteleiro e as partidas serão também em estádios na mesma cidade, como também planeja fazer a NBA. Apesar de compartilharem às vezes o mesmo prédio, cada delegação está em um andar diferente e com os atletas acomodados em quartos individuais. Nele, há refeitório e uma sala de jogos exclusiva para cada time, para evitar o compartilhamento de instalações. “A gente usa máscaras o tempo todo. Só tiramos na hora de comer. O cuidado está sendo ao máximo para que nenhum jogador possa se infectar”, afirmou o volante Judson, do San Jose Earthquakes.
Um detalhe curioso de toda essa logística de cuidados está na hora dos treinos. O complexo que recebe a MLS tem quatro campos disponíveis para os 25 times, porém foi necessário organizar um revezamento desses locais. Cada equipe pode utilizar o gramado por 1h30. É o mesmo na academia. Os elencos fazem o trabalho de musculação e depois uma empresa especializada em limpeza faz a desinfecção dos equipamentos para o time seguinte poder utilizar.
“É um torneio de tiro curto, e tudo pode fazer a diferença. Temos de estar bastante concentrados. Estamos há mais de dez dias em Orlando, fomos a primeira equipe a chegar, estamos nos ambientando bem ao clima”, disse Judson. “Todos os jogos vão ser aqui na Flórida, que é a nossa casa. Vamos mostrar que quem manda aqui somos nós”, comentou o atacante Robinho, do Orlando City.
Quando os times deixam os hotéis e vão para o treino, se locomovem com a ajuda de ônibus e somente um jogador pode se sentar por fileira. O banho tem de ser feito nos quartos. Na hora das refeições, somente cinco atletas podem se sentar por vez nas mesas. A reunião de tantos times e jogadores no mesmo local, também gera situações curiosas. Os jogadores costumam encontrar o adversário com frequência na recepção dos hotéis.
“A gente se encontra no hotel, cumprimentamos alguns jogadores que já conhecemos e conversamos com os brasileiros, mas sem apertar a mão e mantendo a distância. Nos treinos é tudo seguro, porque a liga inspeciona todo”, disse Judson. A MLS também cuida para não existir nenhum tipo de espionagem entre as equipes durante os treinamentos.
A partida de abertura nesta quarta-feira (08) foi entre o Orlando City e Inter Miami. Por parte do Orlando, uma das atrações no torneio será o experiente português Nani, ex-Manchester United. “Ele é um cara espetacular. A convivência com ele é a melhor possível. Ate jogamos videogame juntos. É uma pessoa maravilhosa e tem nos ajudado”, contou Robinho.