Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 13 de fevereiro de 2021
O Facebook pode lançar um rival para o Apple Watch em breve. De acordo com informações do site The Information, o relógio inteligente da empresa de Zuckerberg teria foco em saúde e em troca de mensagens, e seu lançamento estaria previsto já para 2022.
O relatório usa como base quatro fontes supostamente próximas ao projeto. Segundo ele, o smartwatch pode ter função celular, para funcionar sem a necessidade de um smartphone por perto.
A troca de mensagens, sem nenhuma surpresa, deve acontecer por meio de aplicativos do próprio Facebook, como o Messenger e o WhatsApp. Já os serviços de saúde seriam menos restritos, podendo fazer conexões com diversas plataformas populares de terceiros.
Como pondera o The Information, a principal dificuldade do Facebook pode estar relacionada às questões de privacidade. Com a recente polêmica envolvendo o compartilhamento de dados do WhatsApp com a empresa de Mark Zuckerberg, foi possível ter uma ideia sobre o quão dispostos estão os usuários a entregarem informações pessoais à gigante da tecnologia.
Não se sabe, portanto, a adesão a um dispositivo que teria acesso e capacidade de registrar diversas informações de saúde sobre os usuários. Ao que parece, o smartwatch do Facebook pode ser lançado em uma primeira versão com Android – mas a empresa já planeja seu próprio sistema operacional para outros dispositivos vestíveis previstos para 2023.
Quanto ao preço, o Facebook estaria disposto a fazer boas ofertas para o relógio, como forma de ganhar participação rápida em um mercado liderado pela Apple. O relatório afirma que “espera-se que o Facebook venda o relógio próximo ao custo de produção, semelhante à sua abordagem com o fone de ouvido Oculus Quest, que é vendido por US$ 299, sem impostos”.
Se as expectativas forem confirmadas, o smartwatch do Facebook estaria numa faixa de preço próxima à do Apple Watch Series 3 nos Estados Unidos, atualmente. A empresa ainda não se pronunciou sobre o possível lançamento.
Atritos
Nos últimos meses, Facebook e Apple trocaram acusações entre si, indicando o início de uma batalha duradoura. Em jogo, princípios e termos de uso de plataformas, além da quantidade de dados coletados dos usuários.
Um dos primeiros atritos recentes entre Facebook e Apple começou na metade de 2020. O aplicativo do Facebook Gaming, da empresa de Mark Zuckerberg, foi rejeitado consecutivas vezes na App Store do iPhone.
O motivo? A plataforma agia como “meio de distribuição de aplicativos” — algo não permitido de acordo com as políticas do iOS. A Apple é a única autorizada a ter uma loja no sistema operacional e a oferecer coletâneas de jogos nesse formato, a partir do Apple Arcade.
Outra discordância ocorreu em agosto de 2020. O app do Facebook teve uma atualização rejeitada na App Store por avisar de forma explícita que a Apple cobra 30% sobre itens vendidos na rede. Essa é uma regra da loja: transações dentro do ambiente digital têm uma fatia repassada para a dona.
O Facebook tentou negociar, mas recebeu uma negativa e deixou a “indireta”. Isso é comum tanto no iOS quanto no Android, mas desenvolvedoras como a Epic Games começaram a contestar a política.
Porém, nenhuma polêmica foi tão grave quanto o anúncio de um futuro recurso do iOS 14. A novidade dará ao usuário o poder de decidir o nível de permissão de rastreamento e coleta de dados que cada aplicativo terá. A função ainda não estreou, mas já causou burburinho em outras redes sociais e pode ser adotada também pela Google no sistema operacional Android.
É fácil perceber o porquê de o Facebook não ter gostado da novidade. A rede social depende desses dados como fonte de personalização de conteúdo, receita e direcionamento de anúncios.
Por um lado, a Apple diz defender a privacidade dos usuários, que “devem saber quando os dados estão sendo coletados e compartilhados ao redor de outros aplicativos e sites — e devem ter a escolha de permitir isso ou não”. Ela ainda citou diretamente o Facebook como exemplo de aplicativo que “coleta o máximo de dados possível”.
O CEO da Apple, Tim Cook, reforça que “transparência e reforma” são necessários para garantir a privacidade do público.