Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2015
O horário de verão, com dias mais longos, estimula muitas pessoas a se exercitarem ao ar livre. Correr acaba sendo uma das principais escolhas, por ser uma forma simples, barata e prazerosa de se fazer atividade física. Melhora o condicionamento cardiorrespiratório e queima o excesso de gorduras no corpo, auxiliando no emagrecimento e no combate a diversas doenças. Mas, para aderir ao esporte, cada vez mais popular, não basta calçar o tênis e sair correndo. Nem todo mundo pode estar apto a começar sozinho.
“Simplesmente falar para a pessoa pisar mais macio não significa que ela está fazendo a melhor passada. Tem gente que já sabe correr e tem gente que, se correr, pode se machucar. O mínimo de orientação é sempre importante”, afirma o preparador físico Márcio Atalla.
Correr emagrece.
Ico Pires tinha 187 quilos quando, por conta própria, começou a correr. Hoje, aos 47 anos, tem 71 quilos a menos e quase diariamente 10 quilômetros a mais.
“Estava muito pesado e fui no cardiologista. Ele disse que eu tinha que caminhar. Foi quando comecei. Fiquei seis meses caminhando, depois dava um trotezinho e uma caminhada, até fazer uma hora, uma hora e meia. Tenho calças de número 68. Quem olha nem acredita”, conta ele, orgulhoso com os percursos que já fez e com as competições que participou pelo Brasil.
Para Atalla, correr todos os dias pode trazer complicações. O ideal seria alternar os dias com outro exercício. Membro da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia, o ortopedista Rubene Campos afirma que pessoas com sobrepeso ficam mais expostas a lesões.
“Qualquer pessoa que pratique corrida precisa de tênis de boa qualidade e na forma do seu pé. Isso vai ajudar no apoio, na sustentabilidade do corpo e na absorção do impacto, evitando que ela tenha lesões”, recomenda.
Há quase 40 anos lidando com fisiologia e medicina do esporte, o cardiologista Cláudio Gil afirma que o risco de uma complicação cardíaca durante um exercício físico é muito baixa.
“Sair da inércia não é fácil. Mas depois que acaba, a sensação de prazer fica por horas. A corrida é uma das iniciativas que mais podem beneficiar uma pessoa.”
Médico e maratonista.
Quem conhece o médico Drauzio Varella apenas da televisão nem imagina que o doutor de 72 anos também é maratonista há mais de 20 anos.
No seu mais novo livro, “Correr” (Editora Companhia das Letras, 216 páginas, preço sugerido: 29,90 reais), ele narra como a prática do esporte mudou sua vida.
“Impossível imaginar quem eu seria hoje se continuasse sedentário como fui no tempo em que fumava. O homem é o resultado do impacto cognitivo causado pelas ações que praticou e pelas que deixou de realizar, tanto quanto é consequência das lembranças arquivadas na memória e das que foram relegadas ao esquecimento. Correr maratonas coincidiu com o período mais feliz e produtivo de minha vida, durante o qual pude concretizar os principais anseios da juventude, ao lado de outros que se manifestaram na maturidade”, conta ele no livro. (AG)