Sexta-feira, 06 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 5 de junho de 2025
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi intimado pela Polícia Federal (PF) para depor também em inquérito ao qual responde a deputada federal Carla Zambelli (PL). Segundo documento, a intimação é referente ao inquérito 4941. Bolsonaro prestou depoimento à PF nessa quinta-feira (5), no inquérito que apura a conduta do deputado federal Eduardo Bolsonaro nos EUA, e disse posteriormente que não falou sobre o caso de Zambelli.
Ao sair do depoimento, o advogado de Bolsonaro afirmou ser uma investigação sigilosa, aberta em 2023, da qual ele não teria detalhes. Fontes do STF confirmam se tratar de uma apuração que envolve Zambelli. As informações são da jornalista Andréia Sadi.
Nem fontes do STF, nem integrantes da PF, no entanto, detalharam o motivo da intimação.
Zambelli, que deixou o Brasil nesta semana, e Walter Delgatti foram condenados no Supremo Tribunal Federal (STF) pelos crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.
Na quarta-feira (4), após sair do Brasil, o ministro do STF Alexandre de Moraes determinou a abertura de uma nova investigação por coação no curso do processo e obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa.
Assim como Eduardo Bolsonaro, deputado licenciado, Zambelli se encontra fora do Brasil e tem se manifestado nas redes sociais contra o STF. A deputada saiu do país após ser condenada a 10 anos de prisão por invadir o sistema do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e incluir uma ordem de prisão falsa contra o ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro (PL) afirmou nessa quinta-feira (5) não ter relação com a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), que teve o nome incluído na lista da Interpol (a polícia internacional) após fugir do País. A fala dele ocorreu após depoimento à Polícia Federal, prestado à tarde.
“Eu vi pela imprensa que estou no inquérito também [sobre Zambelli]. Mas esse assunto não foi tratado. Não tenho nada a ver com a Carla Zambelli, não botei dinheiro no Pix dela, tá certo? Realmente acompanhei pela imprensa o caso dela”, afirmou o ex-presidente.
“Hoje eu fui ouvido apenas pela questão dos recursos que eu coloquei na conta do meu filho, que está nos Estados Unidos”, detalhou o ex-presidente.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a prisão preventiva da parlamentar e a inclusão de seu nome na difusão vermelha da Interpol, o que foi aceito pelo ministro Alexandre de Moraes e a inclusão na Interpol ocorreu na manhã dessa quinta.
Já Eduardo foi para os Estados Unidos para, segundo ele mesmo, “focar em buscar as justas punições” contra o ministro Alexandre de Moraes e a PF. Ele é suspeito de tentar influenciar aliados do ex-presidente Donald Trump, a impor sanções contra ministros do STF.
Após Zambelli anunciar sua saída do Brasil, bolsonaristas avaliaram que a parlamentar pode desempenhar o mesmo papel de Eduardo em defender internacionalmente Bolsonaro, mas na Europa. A deputada diz ter cidadania italiana.