Quarta-feira, 01 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 4 de março de 2016
Por unanimidade, o STF (Supremo Tribunal Federal) tornou o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como o primeiro chefe do Legislativo brasileiro no exercício do mandato a responder processo na Corte. Cunha sentará no banco dos réus pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Ele teria recebido, ao menos, 5 milhões de dólares em propina por influenciar na contratação de um navio-sonda afretado pela Petrobras.
O parlamentar é alvo de outros dois inquéritos, que investigam se ele e sua família usaram contas na Suíça para esconder dinheiro de propina e se recebeu 52 milhões de reais de um consórcio formado por Odebrecht, OAS e Carioca Engenharia, em um projeto de revitalização da região portuária do Rio de Janeiro. Cunha ainda é alvo de um pedido de afastamento da presidência da Câmara, feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, sob a alegação de que ele usaria o cargo para atrapalhar as investigações da Operação Lava-Jato.
Em um voto contra os esquemas de corrupção no País, o decano da Corte, Celso de Mello, disse: “Os fatos delituosos objeto de investigação e de persecução penais nada mais constituem senão episódios criminosos, fragmentos delinquenciais que compõem um vasto e ousado painel revelador do assalto e da tentativa de captura do Estado e de suas instituições por uma dada organização criminosa”.