Terça-feira, 19 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 12 de dezembro de 2023
Antes do anúncio de novas medidas econômicas do novo governo, as empresas de alimentos e produtos de consumo da Argentina começaram a enviar, um dia depois da posse de Javier Milei, novas listas com aumentos de preço para os supermercados. O governo Milei decidiu pôr fim ao programa de subsídios para itens básicos de consumo, o Preço Justo. Com isso, os produtos que estavam sob esse regime terão aumentos de 100% a 180%, segundo o jornal El Clarín.
Esse salto, diz o jornal, se deve a dois fatores: o fim da ajuda às empresas que fabricavam os produtos e o reajuste desses itens pela inflação, já que o valor das mercadorias estava subvalorizado. O objetivo é equiparar os valores das prateleiras dos supermercados aos dos mesmos produtos vendidos nas lojas chinesas ou nas de autosserviço, aonde os controles do governo nunca chegaram, diz o jornal.
De acordo com os supermercados, os maiores aumentos deverão incidir sobre azeite, macarrão, farinha e produtos de panificação. Esses produtos foram subsidiados pelos exportadores e pelo Estado, benefícios que terminaram na semana passada, com o término do governo de Alberto Fernández.
Azeites, por exemplo, passarão de 800 pesos para 2.000 pesos por litro, enquanto o pão terá alta de 80%. O preço do arroz também sofrerá um aumento.
Embora o ex-ministro Sergio Massa tenha concordado durante o período de transição de governos com um aumento de 12% após a eleição e outros 8% para a primeira semana de dezembro, os preços subiram entre 35% e 50% na semana passada nas redes atacadistas e nas lojas de autoatendimento.
Agora, esses aumentos podem chegar às grandes redes de supermercados. Alguns desses ajustes já foram repassados aos preços, enquanto outros deverão acontecer nos próximos dias. As listas de preços enviadas pelos fabricantes de cerveja, água, refrigerantes, produtos lácteos e pães, entre outros, tiveram aumentos entre 45% e 80%, aponta o El Clarín.
Em alguns casos, entretanto, ainda não há mudanças, porque as empresas estão esperando para ver qual será a correção da taxa de câmbio oficial.
Medidas
Com duas horas de atraso, o ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, iniciou, pouco depois das 19h dessa terça-feira (12), o seu aguardado anúncio das primeiras medidas econômicas do governo do novo presidente do país, Javier Milei.
Ele elencou nove medidas para, principalmente, cortar gastos públicos e reter dólares para conter a desvalorização do peso. E apresentou uma décima, de caráter social, admitindo que a situação social, no primeiro momento, vai se agravar, inclusive com aumento da inflação.
Entre essas medidas, estão o cortes de subsídios a serviços públicos, como energia e transporte, e de transferências de dinheiro do governo federal aos governos das províncias. Ele afirmou que não vai licitar nenhuma obra pública e vai cancelar as licitadas não iniciadas. Afirmou que obras serão tocadas pela iniciativa privada.
Ele disse ainda que o câmbio oficial será de 800 pesos por dólar. Isso significa maior desavalorização do peso, já que o câmbio oficial estava em torno de 600 pesos hoje, quando foi decretado um feriado cambial. Para reter dólares, o ministro anunciou aumento de impostos relacionados a importações e a retenção de importados não essenciais, como os que não se tratam de alimentos. As informações são do jornal O Globo.