Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 15 de julho de 2025
O presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar Costa Neto, disse nessa terça-feira (15), em depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF), que sofreu pressão para divulgar o relatório elaborado pelo Instituto Voto Legal (IVL) sobre as eleições de 2022. O dirigente disse também que a divulgação ocorreu contra sua vontade, mas que o relatório tinha caráter técnico. Engenheiros que participaram dos trabalhos do Instituto afirmaram que não encontraram fraudes nas urnas, mas mencionaram inconformidades e falta de segurança no sistema.
O relatório elaborado pelo Instituto foi levado ao TSE em ação que pediu a invalidação de votos que foram registrados no segundo turno das eleições de 2022. A ação, no entanto, acabou gerando uma multa ao partido comandado por Costa Neto. Durante o depoimento no STF, enfatizou o valor de R$ 22,9 milhões cobrado. “Foi um prejuízo enorme para o partido”, disse Costa Neto.
As afirmações de Valdemar e dos engenheiros foram feitas durante depoimentos ao STF no processo que apura a suposta tentativa de golpe de Estado. As testemunhas, ouvidas na manhã dessa terça-feira (15), foram elencadas pelas defesas de réus do “núcleo 4”.
Os engenheiros e Valdemar Costa Neto são testemunhas de Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, presidente do IVL, que elaborou os relatórios sobre as urnas eletrônicas para o PL. Segundo a PGR, os integrantes do núcleo 4, atuaram em frentes estratégicas de desinformação, com o intuito de minar a credibilidade das urnas eletrônicas e do processo eleitoral, além de pressionar as Forças Armadas a se envolverem no plano golpista.
Os engenheiros destacaram ainda que os relatórios do Instituto Voto Legal tiveram escopo estritamente técnico, sem avançar para questões políticas ou mesmo de análise dos resultados.
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi questionado durante a oitiva no STF sobre a contratação do Instituto Voto Legal para o trabalho relacionado às urnas eletrônicas. Ele afirmou que não havia, na época, outra empresa no mercado especializada nesse tipo de serviço. A indicação do Instituto, comandado pelo engenheiro Carlos Rocha, de acordo com o presidente do PL, foi feita pelo senador Marcos Pontes (PL-SP) e foi destacada por ser composta por egressos do Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA), o que reforçaria o caráter técnico.
O presidente do PL afirmou ainda que, embora contra sua vontade, foi pressionado pelos parlamentares do partido a tornar públicos os relatórios técnicos produzidos pelo IVL. Segundo ele, porém, os relatórios não tinham viés político.