Segunda-feira, 14 de julho de 2025

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Mundo Repórter toma a vacina Sputnik V e cita febre e calafrios

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Grupo União Química garante ter capacidade para fabricar 8 milhões de doses ao mês. (Foto: Divulgação/Governo da Rússia)

A Rússia deve começar a vacinação em massa contra o novo coronavírus já no fim da semana que vem, seguindo decisão do presidente Vladimir Putin.

Os médicos e professores deverão ser os primeiros a serem vacinados. Paralelamente, os testes com a vacina batizada de Sputnik V, que foi aprovada pelo país no verão europeu sem passar por todas as etapas de testes, continuam.

O correspondente da DW Serguei Satanovskiy participou do teste da vacina desenvolvida pelo Instituto Gamaleya de Epidemiologia, de Moscou e relata a seguir a sua experiência.

Em setembro, um anúncio na internet convocava voluntários para testar a vacina contra a covid-19. Na época havia poucas informações sobre a Sputnik V, e o número de novas infecções na Rússia não era alarmante.

No final de novembro, a situação já era outra: o número de novas infecções aumentara acentuadamente. Decidi assumir o risco de uma vacinação. O que me convenceu foi a situação difícil de amigos que estavam gravemente doentes e haviam sido colocados em quarentena em seus apartamentos.

Uma busca na internet por “vacinação contra o coronavírus” me levou ao site da prefeitura de Moscou. Foi necessário preencher um questionário, incluindo perguntas como se eu já havia adoecido com o novo coronavírus, se tinha tido contato com alguém infectado nas últimas duas semanas e se tenho doenças crônicas.

De acordo com a Secretaria da Saúde, pessoas que já haviam adoecido de covid-19 não deveriam mais ser vacinadas nesta temporada. Cerca de uma semana depois, recebi um convite por telefone para realizar um exame preliminar. Para isso, eu poderia escolher uma clínica.

Exame no hospital

Fui ao hospital Zhadkevich, em Moscou, para fazer o exame. No local, soube que o médico-chefe é o médico e apresentador de TV Alexander Myasnikov. Ele é amigo do conhecido apresentador de televisão estatal, Vladimir Solovyov, que é considerado parte da máquina de propaganda russa.

No início da pandemia, Solovyov estimou como “zero” a probabilidade de os russos serem infectados com a covid-19. Isso tudo não me deu uma sensação muito boa, mas era tarde para recuar.

Antes do exame, a médica perguntou se eu havia tomado algum remédio recentemente, se eu tinha alguma alergia e se havia feito alguma cirurgia.

Liguei para meus pais para saber exatamente qual tipo de operação havia feito quando tinha 5 anos. Durante a conversa, a médica me deu um material informativo de 16 páginas e me explicou verbalmente o conteúdo.

O documento diz, por exemplo, que o objetivo do estudo é avaliar a eficácia, imunogenicidade e segurança da vacina Gam-Covid-Vac (cuja marca comercial é Sputnik V).

Em estudos pré-clínicos, a vacina foi testada em animais, como hamsters e porquinhos-da-índia. A Sputnik V demonstrou segurança e eficácia nesses animais, mas somente segurança entre os voluntários humanos.

O médico deu uma injeção indolor em meu ombro esquerdo. Em seguida, passei meia hora na sala de descanso. Disseram-me que a pressão arterial de alguns pacientes caiu após a vacinação, mas não houve alteração no meu caso.

Somente depois da vacinação, eu li sobre a reação da vacina em outros participantes, incluindo jornalistas e integrantes do grupo “Resultados da vacinação” no aplicativo de mensagens Telegram, que reúne mais de 1.800 pessoas.

As pessoas reclamavam de febre e dores musculares na noite após a administração da vacina (ou placebo) e no dia seguinte. Quando saí do trabalho, por volta das 19h, eu já sentia dor de cabeça, calafrios leves e tontura. Porém, não descartei que pudesse ser só a minha imaginação depois de ler todas aquelas histórias.

Mas, perto da meia-noite, não havia mais dúvidas de que meu corpo estava respondendo à vacina. A temperatura corporal subiu para 38,6°, e a dor muscular aumentou depois da minha última sessão de ioga.

Tudo isso era desconfortável, mas era gratificante saber que eu havia provavelmente tomado a vacina e não o placebo. Tomei paracetamol, registrei os sintomas em meu diário digital e fui dormir. No dia seguinte, a temperatura estava de novo em torno de 37° e, no dia seguinte, os efeitos colaterais haviam desaparecido.

Receberei a 2ª dose em três semanas e devo começar a desenvolver anticorpos cerca de 42 dias após a 1ª vacinação. Entretanto, ainda está em aberto se esses anticorpos poderão combater de forma eficaz o novo coronavírus.

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https://www.osul.com.br/reporter-toma-a-vacina-sputnik-v-e-cita-febre-e-calafrios/ Repórter toma a vacina Sputnik V e cita febre e calafrios 2020-12-05
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