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Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2016
As recentes descobertas da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) sobre a presença do zika vírus em estado ativo em saliva e urina deixa ainda grandes dúvidas, mas atestam a importância da prevenção, disse o infectologista Edmilson Migowski, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).
Na sexta-feira, a Fiocruz levantou, com sua descoberta, a possibilidade de transmissão via oral do vírus, mas ressaltou que ainda são necessárias mais pesquisas para saber se há de fato possibilidade de infecção.
Certeza e dúvida enormes
De acordo com Migowski, a Fiocruz deu uma certeza e uma dúvida enorme: a certeza é que o vírus está presente na saliva e na urina. Mas daí a afirmar que este vírus pode transmitir a doença é complicado. E essa é a enorme dúvida que fica. Isso porque, conforme o infectologista, a transmissão de um vírus não é uma coisa matemática, depende de vários fatores. Por exemplo, o tubo digestivo tem um Ph muito diferente, muito mais ácido, e é repleto de enzimas que podem destruir o vírus.
O vírus só infecta se entrar na célula. E ele não entra em qualquer célula, só naquelas que têm receptores para ele. O vírus da caxumba, por exemplo, infecta as glândulas. O da hepatite B, o fígado. O fato de ter um vírus na saliva não quer dizer, necessariamente, que ele vai aderir a uma célula da mucosa da boca, como acontece com o vírus do herpes. (BBC Brasil)