Segunda-feira, 07 de julho de 2025

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Saúde Tudo o que deveríamos fazer para ter pulmões saudáveis e sequer sabemos

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Sua saúde apreciará se você der os cuidados adequados aos pulmões. (Foto: Reprodução)

“Os pulmões são os grandes esquecidos do nosso organismo”, afirma categoricamente Àlvar Agustí, diretor da recém-criada Cátedra de Saúde Respiratória da Universidade de Barcelona (UB). Grande erro de cálculo: “É um contrassenso se levarmos em conta que podemos viver várias semanas sem comer ou vários dias sem beber, mas se pararmos de respirar a sobrevivência se limita a poucos minutos”. Fazemos isso acordados e dormindo, mais de 15.000 vezes por dia e poucas vezes conscientemente. Sua saúde apreciará que você lhes dê os cuidados adequados.

A decisão de parar de fumar costuma marcar o ponto de inflexão entre a indiferença e o compromisso com a saúde pulmonar, mas seria necessário agir antes e em outras frentes. Agustí explica que durante os primeiros 25 anos de vida, tempo que leva para os pulmões atingirem o seu pleno desenvolvimento, muitos são os fatores que influenciam em seu bom funcionamento: das infecções às alergias, passando pela exposição à poluição, déficits nutricionais e início precoce do tabagismo.

“Hoje sabemos que aos 30 anos de idade cerca de 10 por cento da população tem pulmões que não estão nas condições ideais que deveriam ter nessa fase, o que determina um pior envelhecimento desses órgãos e favorece o aparecimento de patologias respiratórias.” Para o médico, as ações que garantem que os órgãos funcionem em plena capacidade e independentemente de doença podem se resumir em duas máximas: não sujá-los (nem com fumo nem com outros poluentes) e “mimá-los” com cuidados específicos.

Poluição, um inimigo silencioso e crescente

De acordo com as mais recentes evidências científicas, uma das estratégias mais eficazes e necessárias para cuidar dos pulmões é minimizar a exposição à poluição. “A poluição atmosférica, a inalação de gases e fumos da indústria, dos automóveis e da combustão da biomassa são algumas das fontes que mais podem prejudicar a nossa saúde respiratória”, afirma Eusebi Chiner, chefe do Serviço de Pneumologia do Hospital San Juan, de Alicante, e coordenador da SeparPapatos, da Sociedade Espanhola de Pneumologia e Cirurgia Torácica (SEPAR).

Sabe-se que, entre outros efeitos, a poluição ambiental acelera o envelhecimento dos pulmões. Para protegê-los adequadamente, um estudo publicado recentemente no European Respiratory Journal enumera uma série de medidas que todos deveríamos adotar: verificar os níveis de poluição locais (você pode fazer isso nas plataformas que informam a previsão do tempo); usar máscaras quando esses níveis forem altos; limitar a prática de exercícios físicos ao ar livre em dias ou áreas com altos índices de poluição; priorizar alternativas ao transporte motorizado; optar por percursos com pouco trânsito e trajetos em espaços abertos, evitando ao máximo os horários de pico; tentar manter as janelas fechadas no trânsito.

Em casa ou no local de trabalho também não devemos baixar a guarda, já que são ambientes onde existem poluentes “invisíveis” aos quais podemos ser expostos sem saber. Como medidas contra essa poluição doméstica, os autores do estudo aconselham o uso de combustíveis limpos, garantir a ventilação adequada dos cômodos e monitorar o correto funcionamento de fogões e aquecedores.

Suspiros, caminhadas, vitaminas e duas vacinas essenciais

Sobre a relevância de “treinar” os pulmões – por exemplo, fazer todos os dias uma “série” de respirações profundas –, como recomendado em alguns círculos, Àlvar Agustí comenta que já dispomos de um mecanismo fisiológico natural que produz o mesmo efeito: o suspiro. “Todos nós suspiramos periodicamente, embora não percebamos, e o suspiro nada mais é do que uma respiração profunda que serve para abrir os alvéolos. É um ato que não precisa ser padronizado ou treinado, pois acontece por si só, e não há evidências científicas de que programá-lo ou executá-lo com mais frequência resulte em melhora significativa do estado dos pulmões.”

O que é, de fato, uma diretriz “obrigatória” para a saúde respiratória é o exercício físico (serve para muito mais do que ganhar músculos). Para Chiner, “o tipo de exercício mais adequado é caminhar todos os dias, de meia hora a uma hora. Nos pacientes com problemas respiratórios, essa atividade melhora o desempenho e a adaptação ao exercício, além de reduzir a limitação causada pela dispneia e a falta de ar “. Àlvar Agustí é da mesma opinião e observa que, independentemente da atividade escolhida, o que realmente beneficia os pulmões é que esta siga dois princípios: que seja regular e que seja realizada de forma razoável (progressivamente e ajustando a intensidade ao estado da forma física).

Em relação ao impacto da dieta no estado dos pulmões, os autores do estudo do European Respiratory Journal aconselham, como defesa contra os efeitos da poluição, a suplementação da dieta com antioxidantes ou ingredientes anti-inflamatórios (como a cúrcuma). A boa nutrição é uma proteção importante por motivos como o que consta de pesquisa publicada na revista Nutrients, que relaciona o déficit de vitamina A com alterações no revestimento do epitélio pulmonar, o que aumenta a predisposição de padecer de doenças respiratórias.

Os especialistas destacam ainda a enorme importância da vacinação como estratégia preventiva e apontam duas vacinas específicas: a antigripal e a pneumocócica.

Prematuridade como fator de risco

Quanto ao período em que se deve começar a “levar a sério” a saúde respiratória, pesquisas como as que estão sendo realizadas por especialistas da UB, segundo explica Àlvar Agustí, demonstraram que as circunstâncias do início da vida (gravidez, infância, adolescência) influem no desenvolvimento dos pulmões e podem favorecer o aparecimento de doenças como a DPOC e asma. “Atualmente, estamos atendendo pacientes entre 30 e 40 anos com algum tipo de lesão pulmonar relacionada ao nascimento prematuro, o que reflete a necessidade de monitorar de perto o desenvolvimento pulmonar dessas crianças durante a infância e a adolescência, e também de incluir o período pré-natal nas orientações preventivas. Isso significa, entre outras coisas, não fumar durante a gravidez e, claro, não fumar na presença de crianças.”

Obviamente, o ideal é abandonar o hábito. “Está comprovado que quanto mais cedo a pessoa para de fumar, maior será a probabilidade de os pulmões se recuperarem dos danos”, diz Àlvar Agustí. Conseguir é complicado, mas há uma série de estratégias de ajuda que dão bons resultados.

Por fim, Àlvar Agustí alerta que não devem ser ignorados certos sintomas que podem indicar que algo não está bem nos pulmões. “O mais comum é a dispneia ou a falta de ar, às quais não se costuma dar a devida atenção por estarem associada ao tabagismo ou por serem consideradas um traço característico da idade. Outro sintoma típico é a tosse: “É um mecanismo normal – todos tossimos 3 a 10 vezes ao dia –, mas se for constante e, sobretudo, se vier acompanhada de muco ou sangue, devemos ir ao médico sem falta. E o mesmo se aparecerem a febre ou dores no peito”.

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https://www.osul.com.br/tudo-o-que-deveriamos-fazer-para-ter-pulmoes-saudaveis-e-sequer-sabemos/ Tudo o que deveríamos fazer para ter pulmões saudáveis e sequer sabemos 2020-12-28
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