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Viagem e Turismo Veneza enfrenta lenta decadência e perde metade de sua população nos últimos 30 anos

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Há previsões de que até 2030, Veneza se transforme em uma “cidade-museu”. (Crédito: Reprodução)

Nas ruas estreitas ou em uma de suas 409 pontes, milhares de turistas recém-desembarcados de um cruzeiro se aglomeram para a melhor selfie da cidade única, construída sobre as águas, e que está predestinada a desaparecer com o avanço do mar. Veneza é sem dúvida um dos lugares mais belos do mundo e desperta curiosidade e fascínio. Mas a cidade italiana hoje em nada lembra a época efervescente quando tinha mais riqueza do que Paris (França) e Roma (também na Itália), e era um centro mercantil e naval. Uma melancólica decadência tomou conta do lugar, expressa no número de habitantes, que não param de abandonar a cidade que um dia já foi uma das mais poderosas da Europa, centro de um império que se estendia pelo Mediterrâneo. Em 30 anos, Veneza perdeu metade de seus residentes fixos, que hoje não passam de 56 mil.
Os sinais se multiplicam. O comércio de rua – como mercearias e bancas de jornais – foi desaparecendo. O número de cinemas na cidade caiu de 20 para apenas dois. O preço exorbitante dos aluguéis (já que muitos proprietários preferem os contratos por temporada) e as poucas alternativas de trabalho, com exceção da indústria turística, fazem os jovens migrarem para os grandes centros. Cerca de 70% das pessoas que deixam a cidade têm, no máximo, 45 anos. Para cada dez venezianos com mais de 65 anos, há apenas uma criança de até 5 anos, de acordo com dados da Unesco.

Veneza caminha cada vez mais para se transformar em uma “cidade-museu”, como ressaltou a Newsweek. Demógrafos preveem que se o fluxo migratório continuar neste ritmo, em 2030 não haverá mais residentes fixos.

A fuga de moradores também estaria ligada ao crescimento do turismo, que estaria trazendo mais desconforto que dinheiro. Metade dos turistas da cidade chega em cruzeiros. De acordo com a revista americana, o que poderia ser um bom negócio, acabou tendo um efeito inverso, já que este tipo de turista não gasta muito dinheiro em restaurantes e lojas, e também não dorme nos hotéis. Apesar do aumento de turistas, as estadias caíram dois terços nos últimos 25 anos, informa a publicação.

Mas, enquanto os venezianos fogem, os estrangeiros chegam. Florence Boaretto Husson trocou a França por Veneza há sete anos e não se arrepende. Pelo contrário. “Aqui é mais barato. Quando chegamos [ela vive com o marido e duas filhas], em 2008, o preço do metro quadrado era o mesmo que em Paris, 6 mil euros. Hoje, em Paris já está em 9 mil euros, e em Veneza continua o mesmo valor.”

A mesma opinião tem o brasileiro Pedro Fonseca, 28 anos, há oito anos na cidade. “Pago mil euros de aluguel por 70 metros quadrados. Isso é mais em conta do que em outras cidades da Itália”, conta. “As pessoas saem daqui, mas muitas vão para a periferia. Porque é mais barato, mas também pela comodidade. É difícil morar em Veneza, não dá para ter carro.”

Para viver, Florence e o marido se dedicam ao negócio que mais cresceu na cidade nos últimos anos: aluguel de apartamentos por temporada. Eles criaram o site Venise je T’aime, especializado em residências para turistas. Segundo ela, tirando a baixa estação, que vai de novembro a março, os 15 apartamentos que administram, com preços mensais que vão de 18 mil reais a 22 mil reais (para um imóvel de dois quartos), estão sempre ocupados.

Quanto à reclamação dos venezianos de que o preço dos imóveis disparou desde que os proprietários passaram a preferir alugar para os turistas, Florence tem outra explicação.
“O problema é que há dois anos explodiu a inadimplência na cidade. Cerca de 25% dos inquilinos em contratos de longa duração não pagam os aluguéis”, afirma a francesa.

Mas, se a cidade virou o paraíso dos turistas, estes também se mostram descontentes. A Comissão Europeia abriu uma investigação, após um casal belga prestar queixa da diferença de preços cobrados para os turistas e residentes. Eles alegam que a medida viola os acordos da União Europeia. (AG)

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https://www.osul.com.br/veneza-enfrenta-lenta-decadencia-e-perde-metade-de-sua-populacao-nos-ultimos-30-anos/ Veneza enfrenta lenta decadência e perde metade de sua população nos últimos 30 anos 2015-06-13
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