Segunda-feira, 25 de agosto de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Trump reproduz “modelo chinês” nos Estados Unidos implantando uma inédita política de intervenção do Estado em empresas da Meca do capitalismo

Compartilhe esta notícia:

Republicano está disposto a usar todo o peso do governo para intervir diretamente e alcançar seus objetivos. (Foto: Reprodução)

Ele não falou sobre isso na campanha eleitoral. O tema nem sequer foi abordado em seu primeiro mandato. Ele chegou a criticar seu antecessor por adotar medidas semelhantes.

Mas, neste mês, o presidente americano Donald Trump deixou claro que está disposto a usar todo o peso do governo dos EUA para intervir diretamente em assuntos corporativos a fim de alcançar seus objetivos econômicos e de política externa.

Com o apoio de sua equipe de financistas de Wall Street, Trump deu o passo inédito de arrecadar uma parte da receita gerada pelas vendas de chips de inteligência artificial para a China feitas pela Nvidia e pela Advanced Micro Devices (AMD).

E, em um movimento que pode transformar o governo dos EUA no maior acionista da Intel, o governo estaria negociando comprar 10% de participação na combalida fabricante de semicondutores. No mês passado, o Pentágono também decidiu realizar um aporte de US$ 400 milhões em ações preferenciais de uma empresa pouco conhecida de mineração de terras raras.

Na economia de livre mercado dos Estados Unidos, o governo normalmente não compra participações em empresas. Existem exceções, claro, como durante a crise financeira de 2008-2009, quando interveio para apoiar grandes nomes como Citigroup, AIG e General Motors. Embora a Intel enfrente problemas de desempenho, a empresa não corre risco iminente de colapso.

É por isso, em parte, que investidores, legisladores, especialistas em segurança nacional e outros entrevistados repetidamente se referiram a “incerteza” e “território desconhecido” ao serem perguntados sobre os riscos associados às novas políticas de Trump.

“É uma direção estatal que não tivemos nos EUA, é muito o modelo chinês entrando no governo americano”, disse Gary Hufbauer, pesquisador sênior do Peterson Institute for International Economics.

Aposta arriscada

A sequência de medidas surpreendeu Wall Street e veteranos na formulação de políticas em Washington, que, em público e em privado, reconheceram nunca terem visto nada parecido em suas décadas de carreira. Se bem-sucedidas, essas ações poderiam enriquecer investidores privados e poupadores de médio porte, ao mesmo tempo em que impulsionariam a segurança nacional dos EUA à frente da China.

Mas também são apostas arriscadas, que podem resultar em perdas para os contribuintes e distorcer os mercados de maneiras imprevisíveis para os investidores.

“Estou muito preocupado. Teremos esses setores nos quais o presidente começa a dizer ‘vocês têm que nos pagar apenas para vender internacionalmente’. Onde isso vai parar? Eu nem sei como comprar ações de empresas que têm exposição à China e possuem propriedade intelectual de alta tecnologia”, disse Lee Munson, diretor de investimentos da Portfolio Wealth Advisors, que administra US$ 390 milhões em ativos.

O envolvimento direto do governo Trump em questões corporativas está se tornando uma marca do segundo mandato do presidente. Trump, que se descreve como um negociador nato, tem um histórico misto de sucessos, mas prometeu trazer mais de uma abordagem empresarial para governar em Washington.

Além de requisitar parte da receita da Nvidia e da AMD e da possível participação acionária na Intel, seu governo garantiu a chamada golden share da Nippon Steel, uma siderúrgica japonesa, que dá a Trump poder pessoal para tomar decisões corporativas sobre a US Steel. Nesses casos, o governo está escolhendo vencedores e perdedores, correndo o risco de prejudicar o livre fluxo de capital.

A notícia de que a Casa Branca está cogitando usar recursos do Chips Act (ato do governo para incentivar a indústria de chips) para adquirir uma participação direta na fabricante de chips Intel aumentou a incerteza em torno da mudança das normas entre empresas do setor privado e o governo dos Estados Unidos.

A medida poderia dar um impulso necessário ao ambicioso plano da Intel de construir uma nova e moderna fábrica de chips em Ohio, vital para a reconstrução da produção doméstica nos EUA, mas que tem enfrentado atrasos em meio à queda nas vendas e ao aumento das perdas da companhia.

Caitlin Legacki, ex-funcionária do Departamento de Comércio na administração Biden, disse que um argumento em favor de “campeões nacionais” é compreensível, mas que a “falta de transparência” em torno dos acordos é preocupante.

“Em vez de transformar isso em uma causa de segurança nacional ou de independência tecnológica, que poderia unir pessoas de ambos os partidos, parece mais uma espécie de extorsão”, afirmou.

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Especialistas explicam como vai funcionar o Pix Parcelado a partir da próxima segunda
Programa Volta por Cima abre nesta segunda período para cadastramento de famílias afetadas pelas chuvas de junho
https://www.osul.com.br/trump-reproduz-modelo-chines-nos-estados-unidos-implantando-uma-inedita-politica-de-intervencao-do-estado-em-empresas-da-meca-do-capitalismo/ Trump reproduz “modelo chinês” nos Estados Unidos implantando uma inédita política de intervenção do Estado em empresas da Meca do capitalismo 2025-08-24
Deixe seu comentário
Pode te interessar