Terça-feira, 22 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de agosto de 2020
Mesmo tendo feito críticas eloquentes à senadora Kamala Harris após ela ser anunciada, na terça-feira (11), como vice de seu adversário na corrida presidencial dos Estados Unidos, Donald Trump já fez doações à democrata. Em 26 de setembro de 2011, Trump doou US$ 5 mil e, dois anos depois, em 20 de fevereiro de 2013, US$ 1 mil para a campanha de reeleição de Harris como procuradora-geral do Estado da Califórnia, segundo registros da campanha estadual.
Segundo um porta-voz de Harris disse ao jornal Sacramento Bee, a democrata doou os US$ 6 mil, em 2015, para uma ONG que ajuda imigrantes da América Central.
E o presidente não foi o único de sua família a dar dinheiro a Harris. Sua filha, Ivanka Trump, doou US$ 2 mil para Harris em 3 de julho de 2014, também de acordo com registros financeiros da campanha.
Após o anúncio de Harris como vice de Joe Biden, em uma rápida entrevista coletiva na Casa Branca, o presidente retomou uma linguagem usada com frequência contra Hillary Clinton, candidata em 2016, ao dizer que a senadora foi “nojenta” (“nasty”) com o hoje juiz da Suprema Corte Brett Kavanaugh.
As discussões entre os dois durante o processo de confirmação do magistrado pelo Senado, em 2018, quando Kavanaugh foi acusado de assédio e agressão sexual por várias mulheres, tiveram um tom ríspido, algo que parece ter marcado o presidente até hoje.
“Ela foi extraordinariamente nojenta com Kavanaugh, foi nojenta em um nível que foi simplesmente uma coisa horrível”, disse Trump.
Trump ainda fez críticas a algumas das posições da senadora, como sua oposição a projetos do setor petrolífero, além da defesa de um sistema de saúde universal e acessível. O presidente ainda se disse surpreso com a escolha, embora tenha afirmado que ela era sua “primeira aposta” para a chapa democrata.
Pouco antes de subir ao púlpito, o presidente publicou, no Twitter, um vídeo produzido pela sua campanha. Ali, apontava Harris como uma representante da “esquerda radical” democrata, afirmando que ela “abraçou os planos de Bernie Sanders para socializar a saúde”, uma referência à proposta do senador e ex-pré-candidato do partido para um sistema universal e gratuito de saúde.
O vídeo de trinta segundos lembra os ataques da senadora a Biden durante as primeiras etapas da campanha pela indicação democrata, e afirma que os eleitores “a rejeitaram por terem visto nela uma candidata falsa”. Por fim, a peça sugere que Biden está sendo “enganado” por Harris e levado rumo ao que Trump chama de “esquerda radical”.
Estreia na campanha
Kamala Harris fez sua estreia na campanha à Presidência dos EUA como vice de Joe Biden nesta quarta-feira (12), criticando o presidente Donald Trump por sua resposta à pandemia do coronavírus e dizendo ser urgente derrotar o líder republicano.
Um dia depois de Biden convidá-la para se juntar à campanha, Harris e Biden compartilharam memórias sobre suas conexões familiares e sua agenda para a Casa Branca.
Harris, senadora pelo Estado norte-americano da Califórnia, rapidamente se prontificou a atacar Trump, dizendo que ele havia colocado norte-americanos em perigo ao não levar a pandemia a sério, mergulhando os Estados Unidos em uma crise econômica ao mesmo tempo em que o país lida com casos de injustiça racial e social.
“Os Estados Unidos clamam por liderança, e ainda assim temos um presidente que se importa mais consigo mesmo do que com as pessoas que o elegeram, um presidente que está tornando cada desafio que enfrentamos ainda mais difícil de resolver”, disse Harris.
Biden, ao fazer a apresentação de sua vice, disse que havia feito “a escolha certa” ao trazer Harris para sua campanha.
“Eu não tenho dúvidas de que escolhi a pessoa certa para se juntar a mim como a próxima vice-presidente dos Estados Unidos da América, e essa é a senadora Kamala Harris”, disse Biden ao introduzir a senadora, que estava sentada atrás dele no palco para assistir ao seu discurso.
“Ela está pronta para fazer esse trabalho. Estamos os dois prontos para trabalhar na reconstrução deste país”, disse o democrata.
Os dois apareceram juntos poucos dias antes de Biden aceitar formalmente a nomeação presidencial democrata na convenção do partido, que acontecerá na semana que vem e que será um evento majoritariamente virtual por conta da pandemia do coronavírus. As informações são das agências de notícias Bloomberg e Reuters.