Sábado, 23 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 11 de julho de 2025
O Ministério da Educação (MEC) determinou o envio de psicólogas do Núcleo de Resposta e Reconstrução de Comunidades Escolares, especializada em situações de crise e violência extrema, para apoiar a comunidade da Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Nascimento Giacomazzi, em Estação (Norte gaúcho), onde houve um ataque na manhã de terça-feira (8).
Uma criança de 9 anos perdeu a vida no ataque, cometido por um adolescente. Outras duas crianças e uma professora ficaram feridas. O autor dos ataques, de 16 anos, foi apreendido.
Ao lamentar o episódio, o ministro da Educação, Camilo Santana, também informou que a pasta seguirá em articulação com o Ministério da Justiça e com as autoridades locais, “reafirmando nosso compromisso com a vida, a paz e a proteção das comunidades escolares”.
“À população, comunidade escolar e familiares das vítimas, meus sinceros sentimentos nesse momento de dor profunda”, disse Santana em publicação nas redes sociais.
A prefeitura de Estação e a Secretaria Municipal de Educação informaram que, nessa sexta-feira (11), foram realizadas novas ações integradas em resposta ao ataque.
Pela manhã, nas escolas afetadas indiretamente, foi promovido um momento de acolhimento aos funcionários, professores e monitores. As atividades foram conduzidas por equipes multiprofissionais da Secretaria Estadual de Saúde Mental – Regional e do Ministério da Educação, com especialistas em Primeiros Socorros Emocionais. Foram realizadas rodas de escuta atenta e respeitosa, proporcionando um espaço seguro para expressão, cuidado e reconstrução coletiva.
Durante a tarde, em horários previamente definidos, os profissionais do turno da tarde também foram acolhidos com atividades similares, respeitando as necessidades de cada equipe escolar.
Ademais, em parceria com profissionais do MEC, a Secretaria Municipal de Educação repassou às equipes diretivas instruções pontuais quanto à recepção dos profissionais e dos alunos, protocolos de segurança escolar, reorganização pedagógica para encerramento do semestre, funcionamento da Rede de Apoio e Acompanhamento, entre outros avisos gerais.
Concomitante a isso, ocorreu uma reunião intersetorial ampliada, com a participação do Ministério da Educação, Ministério Público, Poder Judiciário, Polícia Civil, Brigada Militar, profissionais da saúde, Coordenadoria Regional de Educação, assistentes sociais e representantes do Conselho Tutelar. O objetivo do encontro foi apreciar e contribuir com o plano de resposta e reconstrução da Rede de Ensino de Estação, elaborado pela equipe da Secretaria Municipal de Educação e da Administração Municipal.
A reunião proporcionou um espaço aberto para debates, sugestões e alinhamentos coletivos, fortalecendo o compromisso de todas as instituições envolvidas com o cuidado, a segurança e a retomada das atividades educacionais de forma gradual e humanizada.
Já na noite de quinta-feira (10), a Secretaria Municipal de Educação havia se reunido com a Sra. Thaís Dias Luz Borges Santos, Coordenadora Geral de Acompanhamento e Combate à Violência nas Escolas do Ministério da Educação, para organizar o cronograma das próximas ações da Equipe Intersetorial.
No dia do ataque, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, determinou que as forças de segurança do Estado atuem com prioridade total na apuração do caso e que a Secretaria da Saúde atue no apoio à comunidade escolar. Segundo ele, também haverá reforço, junto à Secretaria da Educação e às prefeituras, das estratégias de proteção e cuidado em todas as escolas do RS.
“Nada é mais urgente do que garantir que nossas crianças estejam seguras. E nada é mais inaceitável do que a violência atravessar os muros de uma escola”, disse Leite.
Internação provisória
Acolhendo representação do Ministério Público (MP), a 2ª Vara Judicial do município de Getúlio Vargas (Norte gaúcho) determinou a internação provisória do adolescente de 16 anos. A medida é válida por 45 dias, conforme previsto no Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Mas pode ser prorrogada por até três anos, mediante avaliação que aponte a necessidade do prazo estendido.
O autor do ataque responderá por “atos infracionais análogos a homicídio a tentativa de homicídio”, passível de aplicação de medida socioeducativa privativa de liberdade.