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Saúde Menor Cientista brasileira explica por quê o mundo tem tanto medo do novo coronavírus

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Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz. (Foto: Fiocruz)

Na linha de frente de todas as epidemias de gripe e doenças respiratórias nos últimos anos no Brasil, Marilda Siqueira, chefe do Laboratório de Vírus Respiratórios e Sarampo do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), explica que o histórico dessas doenças e a complexidade de seu enfrentamento fazem o mundo temer tanto o novo coronavírus. O laboratório que ela chefia é Centro de Referência Nacional em Influenza junto ao Ministério da Saúde e à Organização Mundial da Saúde (OMS), e foi encarregado pelo governo brasileiro de testar todos os casos suspeitos e capacitar outras instituições do país a realizarem o exame.

1) Por que o novo coronavírus causa tanto medo?

Toda infecção respiratória causa bastante preocupação devido ao histórico dessas doenças. Elas tiveram grande impacto na sua pública, mataram muita gente. Há exemplos no passado mais distante, como a gripe espanhola (estima-se que tenha matado 50 milhões de pessoas em todo o mundo entre 1918 e 1920). E há, no passado recente, no século XXI, os coronavírus Sars e Mers, que impactaram muito a saúde pública no mundo.

2) Por que ele logo provocou alarme em autoridades de saúde?

Essa nova doença, quando foi anunciada, tinha 44 casos e 11 mortes. Qualquer doença que chegue com um aviso desses causa uma preocupação enorme. O tratamento dos casos graves é complexo, requer hospitais com nível de complexidade maior. Esses casos não serão tratados num posto de saúde ou num hospital do in

3) A gripe (influenza) mata milhares de pessoas por ano no mundo, cerca de 650 mil, por que não causa tanta mobilização?

Porque para ela existem medicamentos e vacina. Há uma preparação bem estabelecida para o enfrentamento da influenza e o foco é diminuir a mortalidade. A vacina da influenza é diferente, por exemplo, daquela usada contra o sarampo. A vacina do sarampo é para prevenir a infecção e o desenvolvimento da doença. O objetivo da vacina da influenza é evitar que o paciente tenha uma doença severa. Se ele tiver a infecção, ela será branda. Para essas duas doenças, temos medidas de prevenção bem conhecidas e estabelecidas, capazes de diminuir o impacto. Veja o caso do sarampo. Temos um surto grande no país e se, olharmos o número de mortes —que não é aceitável de forma alguma—, ele é significativamente menor do que na era pré-vacina. Já para o novo coronavírus, isso não existe. É uma doença nova para a qual as medidas de prevenção são cuidados básicos contra o contágio, como lavar as mãos, evitar ambientes fechados. Mas não vão muito além disso. E é preciso ter uma rede de hospitais preparada. Tudo isso provoca bastante apreensão.

4) Há risco de o novo coronavírus circular junto com a influenza este ano no Brasil?

Sim, existe perigo de o coronavírus circular com a gripe no Brasil. Mas ainda é cedo para saber o que vai acontecer. O coronavírus circula há cerca de um mês na China. A influenza já está começando a circular em alguns estados da Região Norte. Porém, o impacto dela é sempre maior no inverno e nas regiões Sul e Sudeste. Em 2003, a Sars circulou muito na China e em outros países da Ásia, mas não tivemos casos positivos no Brasil. Porém, atualmente, a conexão do Brasil com a China é muito maior do que em 2003. Tudo dependerá da rápida identificação dos primeiros casos. Não é só a identificação do vírus, mas isolar e tratar adequadamente os casos suspeitos, para diminuir o risco de propagação.

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https://www.osul.com.br/cientista-brasileira-explica-por-que-o-mundo-tem-tanto-medo-do-novo-coronavirus/ Cientista brasileira explica por quê o mundo tem tanto medo do novo coronavírus 2020-02-03
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