Domingo, 17 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nessa quarta-feira (13) que “ninguém está desrespeitando direitos humanos” no Brasil. Ele deu a declaração durante cerimônia no Palácio do Planalto, um dia após a publicação, pelos Estados Unidos, de um relatório que diz que a situação dos direitos humanos no Brasil se deteriorou.
“Ninguém está desrespeitando regras de direitos humanos como estão tentando apresentar ao mundo. Os nossos amigos americanos toda vez que resolvem brigar com alguém eles tentam criar uma imagem de demônio contra as pessoas com quem eles querem brigar”, afirmou.
“Agora, querer falar em direitos humanos no Brasil… Tem que olhar o que acontece no país que está acusando o Brasil”, acrescentou o presidente.
O documento mencionado por Lula, elaborado pelo Departamento de Estado dos EUA, faz críticas ao petista e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Também critica a prisão de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, réu no Supremo por tentativa de golpe de Estado.
O “relatório de práticas de direitos humanos de países em 2024” foi entregue na terça-feira (12) ao Congresso americano. O documento é composto por avaliações de 196 países membros da Organização das Nações Unidas (ONU) e é referência mundial — usado, por exemplo, em tribunais dos EUA e internacionais.
No discurso que fez no Palácio do Planalto, Lula afirmou que o Brasil tem um “Poder Judiciário autônomo”, que está garantindo a Constituição.
“O Poder Executivo nem o Congresso Nacional, não temos nenhuma incidência com relação ao julgamento que está acontecendo na Suprema Corte”, afirmou.
“O Brasil não tinha nenhuma razão para ser taxado. Então, não aceitaremos a pecha de que no Brasil nós não respeitamos os direitos humanos”, completou Lula.
Tarifaço
Nessa quarta, o governo Lula anunciou um pacote de medidas de resposta ao tarifaço anunciado por Trump contra produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos.
Entre as medidas, estão uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas, adiamento da cobrança de impostos e compra de produtos por entes federativos.
Durante discurso, o presidente Lula afirmou que o governo seguirá tentando uma negociação com os Estados Unidos para tentar reverter a tributação de produtos brasileiros.
“A gente vai continuar teimando em negociação porque nós gostamos de negociar. Nós não queremos conflito. Não quero conflito nem com Uruguai, nem com a Venezuela, quanto mais com os EUA. Agora a única coisa que precisamos exigir é que a soberania nossa é intocável, ninguém dê palpite nas coisas que nós temos que fazer”, disse Lula.
“Nós temos muito que aprender com a Índia. Em vez de ficar chorando aquilo que nós perdemos, vamos ficar procurar ganhar outro lugar. O mundo é grande”, emendou.
O petista disse que o Brasil fará o que tiver ao seu alcance e procurará outros parceiros comerciais. Também voltou a afirmar que o Brasil não reagirá com reciprocidade, taxando produtos norte-americanos.
“Nós não estamos anunciando reciprocidade, veja como nós somos negociadores. Nós não queremos em um primeiro momento fazer nada que justifique piorar nossa relação”, declarou.
Lula concluiu afirmando que a aposta feita pelos Estados Unidos “pode não dar certo”. E que o governo norte-americano está com “bravatas” e não quer negociar.