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Geral Ministério Público aponta deputado como chefe de quadrilha que busca monopólio do jogo do bicho no Mato Grosso do Sul

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Defesa do deputado estadual Neno Razuk diz que o caso está em segredo de justiça e acredita que o cliente não será imputado por nenhum crime. (Foto: Reprodução)

Investigações do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) apontam o deputado estadual Neno Razuk (PL-MS) como chefe de uma organização criminosa ligada ao jogo do bicho em todo o Mato Grosso do Sul. Documentos obtidos pelo portal de notícias G1 mostram detalhes da apuração feita pelos promotores do Ministério Público do Mato Grosso do Sul (MPMS), que ligam o parlamentar diretamente à contravenção.

A defesa do deputado e dos quatro homens que foram presos na primeira fase da Operação Succesione, que apura a suposta organização criminosa ligada ao jogo do bicho, alega que as investigações do Gaeco não levaram em consideração provas importantes e nega o envolvimento dos clientes nos crimes.

O Gaeco esclareceu o cerne principal da operação, que revelou “a atuação de uma organização criminosa responsável por diversos roubos praticados mediante o emprego de arma de fogo e em concurso de agentes, em plena luz do dia e na presença de outras pessoas, em Campo Grande/MS, no contexto de disputa pelo monopólio do jogo do bicho local”.

Ao longo de mais de 500 páginas, o Gaeco apresenta relatórios e elementos que ligam o deputado estadual ao jogo do bicho. Para o MPMS, Neno Razuk “conquistou” espaço em Campo Grande após a queda da família Name, antiga detentora do comando do jogo do bicho na capital.

“A exploração de jogos de azar, em especial o jogo do bicho, naturalmente fomenta a prática de crimes como corrupção, extorsão, lavagem de dinheiro, homicídio, até mesmo para garantir o próprio funcionamento do ilícito, tratando-se de atividade extremamente maléfica à sociedade, como visto em episódios semelhantes ocorridos em todo o território nacional”, detalha parte do documento acessado.

De acordo com a investigação do MP, o deputado atuava com as máquinas do jogo do bicho no interior do estado. Após a prisão de Jamil Name e Jamil Name Filho, na operação Omertà, Neno teria entrado na disputa pelo poder de controle da contravenção em Campo Grande.

Nesta disputa por espaço, a organização criminosa supostamente comandada pelo deputado teria se envolvido em uma série de roubos à mão armada, durante o dia e no centro da cidade. A apuração do Gaeco dá detalhes de que estes crimes ocorriam para cooptação de seguranças de uma quadrilha rival, que também disputa espaço do jogo do bicho na capital.

A segurança pública e esquemas criminosos, em Campo Grande, voltam ao centro das investigações. A operação deixou evidente que policiais eram usados como “seguranças particulares” do chefes de organizações criminosas ligadas ao jogo do bicho.

Na investigação do Gaeco ficou claro a participação de Neno na organização: o chefe. Outros nomes também aparecem no procedimento investigatório. O major reformado Gilberto Luiz dos Santos é citado como uma espécie de “braço direito”, gerente da quadrilha.

Gilberto está preso. Outros três homens também seguem na cadeia por suposta participação na quadrilha que tinha aspectos claros de organização criminosa, segundo o MPMS. Seguem presos: Valmir Queiroz Martinelli; Júlio Cezar Ferreira dos Santos; e sargento Manoel José Ribeiro.

O documento aponta também que a prisão de Neno Razuk foi solicitada à Justiça pelo Ministério Público. Entretanto, o deputado não foi preso após prerrogativa de foro privilegiado ser entendida pelo juiz que decidiu pelas prisões.

Defesa

Em contraponto, a defesa do deputado, o advogado João Arnar Ribeiro, comenta que o caso está em segredo de justiça e acredita que o cliente não será imputado por nenhum crime. “A defesa acredita piamente que nem denunciado ele seja. E se for, será absolvido”, declarou.

A defesa dos quatro homens que seguem presos, o advogado Rhiad Abdulahad, diz que a investigação do Gaeco apresenta uma série de incongruências. Na explicação, Rhiad contextualiza que os roubos em que ligam o carro do deputado aos crimes eram investigados pela Delegacia Especializada de Roubos e Furtos (Derf), em um processo paralelo.

“O processo paralelo não foi considerado na investigação do Gaeco, em nenhum momento os promotores citam a investigação da Derf, que foi até arquivada. A investigação usou informações do GPS do carro alugado que mostram que o veículo não estava no local do roubo, no momento em que dizem que estava”, comenta o advogado. Para Rhiad, o MPMS omitiu informações que poderiam ser importantes no processo. As informações são do portal de notícias G1.

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