Domingo, 24 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2025
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) deflagrou, na sexta-feira, 22 de agosto, a Operação Extreaming, com o objetivo de combater a atuação de bandas gaúchas que promovem apologia ao crime e disseminam discurso de ódio por meio de músicas e vídeos em plataformas digitais. O cumprimento de ordens judiciais, inclusive com bloqueio e remoção de conteúdo, ocorreu nos municípios de Porto Alegre, Canoas e Tramandaí.
Coordenada pela Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Porto Alegre, com apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MPRS, além do 1º Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) e das Patrulhas Especiais (PATRES) da Brigada Militar, a operação apura práticas relacionadas à disseminação de mensagens ilegais.
Entre os principais alvos da investigação estão conteúdos que fazem “apologia ao crime” e propagam “discurso de ódio”, com indícios de discriminação racial, étnica e religiosa. Também foram identificadas ligações com subculturas violentas e elementos que podem contribuir para a radicalização de jovens.
Além das ações realizadas em campo pelas forças de segurança, a operação também resultou em medidas voltadas ao ambiente digital. A Justiça acolheu pedido do MPRS para a remoção de conteúdos considerados ilegais em plataformas como Spotify, YouTube e outras redes sociais. Foram determinados o bloqueio de perfis utilizados para a divulgação do material criminoso, bem como a restrição de critérios de busca que pudessem facilitar o acesso a essas produções.
A medida busca impedir a continuidade da divulgação de mensagens que possam ferir a legislação brasileira, especialmente no que diz respeito aos direitos fundamentais e à proteção de grupos vulneráveis. A operação visa a coibir o uso da internet e de meios de comunicação digital como ferramentas para a propagação de ideologias que incitem à violência ou à intolerância.
De acordo com o Ministério Público, a iniciativa reforça o compromisso da instituição com a defesa dos direitos fundamentais, a proteção de crianças e adolescentes e o enfrentamento à intolerância e ao discurso de ódio. Em nota, o MPRS destacou ainda “a importância da cooperação das plataformas digitais na supressão de conteúdos ilícitos que violam a legislação brasileira”.
A Operação Extreaming segue em andamento, com análises de materiais apreendidos e diligências que buscam aprofundar as investigações. O MPRS informou que novas fases da operação não estão descartadas, conforme o avanço da apuração e a identificação de outros responsáveis pela criação, divulgação ou financiamento dos conteúdos investigados.
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