Sábado, 12 de julho de 2025
Por Flavio Pereira | 3 de fevereiro de 2020
A conversa do ministro Onyx Lorenzoni com o presidente Jair Bolsonaro dissipou o que vinha sendo descrito externamente como uma crise de resultados imprevisíveis. O deputado federal gaúcho, primeiro aliado a acreditar no então sonho de Jair Bolsonaro de disputar a presidência da República, é o mesmo que há treze anos vem sendo considerado um dos cem parlamentares mais influentes do Congresso pelo Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar. Sábado, Onyx disse que continua na Casa Civil e não vê esvaziamento na pasta.
Esvaziamento na Casa Civil?
O PPI, Programa de Parcerias de Investimentos, nunca pertenceu à Casa Civil, e ali se encontrava temporariamente, lembrou Onx Lorenzoni, demonstrando que já no plano de governo apresentado em meados de 2018, havia a previsão de que o Ministério da Economia cuidaria desse programa. Para o ministro gaúcho, a retirada deste programa de alta complexidade, o deixa mais leve para cuidar de temas institucionais, dos quais vinha se afastando para gerir a burocracia. Onyx saiu deste episódio ainda maior e mais forte, pela forma como encaminhou todo o processo com o presidente Jair Bolsonaro. Nesta segunda-feira, vai ao Congresso Nacional em nome do presidente da República, entregar a mensagem de inicio do ano legislativo. Antes, toma um café com o presidente da Casa, deputado Rodrigo Maia.
O xeque-mate de Marchezan
O prefeito de Porto Alegre Marchezan Júnior produziu nos últimos dias um movimento ousado ao propor o chamado Projeto Transporte Cidadão, pelo qual projeta reduzir tarifa do transporte coletivo, que pode chegar a R$ 5,20, para impressionantes R$ 2. Colocou alguns bodes na sala, como é comum em projetos com esse alcance, mas todo o bojo o pacote foi rechaçado pelos vereadores, que não quiseram discutir ou votá-lo no período da convocação extraordinária.
Ganha-ganha
O que os estrategistas da oposição talvez não tenham percebido, é que neste tabuleiro há pouco espaço para movimentos, e se for mantido o discurso com foco apenas na próxima eleição, Marchezan ganha em qualquer circunstância. Se o projeto for derrotado, o usuário do transporte coletivo jamais saberá se daria certo, e o prefeito fica com o crédito. Se não for votado, Marchezan dirá que tentou resolver o problema, mas os vereadores se recusaram a examinar a sua proposta.
Projeto volta para a pauta
O prefeito de Porto Alegre tentou fazer a Câmara discutir e votar o projeto em convocação extraordinária. Os vereadores negaram o quorum para discutir e votar as propostas. Agora a Câmara terá oportunidade de fazê-lo na tramitação normal que começa nesta segunda-feira. No jogo do xadrez existe um xeque-mate rápido, em dois movimentos, conhecido como xeque dos tolos.
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