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Geral Postagem do ministro do Supremo Gilmar Mendes no Twitter irrita militares

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Segundo Gilmar, apesar do veto do presidente, a lei promulgada proíbe circulação sem máscaras de proteção. (Foto: Carlos Moura/SCO/STF)

Depois de algumas semanas de “bandeira branca”, está reaberta a guerra entre o governo federal e o Judiciário. O Ministério da Defesa rebateu na segunda-feira (13) as críticas feitas pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, que, no sábado, disse que o Exército se associou a um “genocídio”, ao falar sobre a condução do governo frente à pandemia de Covid-19. O Ministério da Saúde é comandado interinamente desde 15 de maio pelo general da ativa Eduardo Pazuello, após a saída do médico Nelson Teich.

A paz poderia ter sido mantida mesmo depois da declaração de Gilmar na live, mas uma mensagem postada pelo ministro do STF no Twitter, no dia seguinte, acirrou os ânimos dos militares, como mostrou o colunista do jornal O Globo Lauro Jardim. O tuíte da discórdia foi publicado às 16h22min de domingo. A postagem foi dividida em duas mensagens. A primeira fazia um afago às Forças Armadas: “No aniversário do projeto que leva o nome de Rondon (Marechal Cândido Rondon), grande brasileiro notabilizado pela defesa dos povos indígenas, registro meu absoluto respeito e admiração pelas Forças Armadas Brasileiras e a sua fidelidade aos princípios democráticos da Carta de 88”, escreveu o magistrado, que em seguida completou: “Não me furto, porém, a criticar a opção de ocupar o Ministério da Saúde predominantemente com militares. A política pública de saúde deve ser pensada e planejada por especialistas, dentro dos marcos constitucionais. Que isso seja revisto, para o bem das FAs (Forças Armadas) e da saúde do Brasil”.

Gilmar fez a crítica que deu reinício à guerra quando falou sobre o direito à boa governança, durante live promovida pela revista “Isto É”, no sábado: “Não é aceitável que se tenha esse vazio no Ministério da Saúde. Pode até se dizer: a estratégia é tirar o protagonismo do governo federal, é atribuir a responsabilidade a estados e municípios. Se for essa a intenção, é preciso se fazer alguma coisa. Isso é ruim, é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável. Não é razoável para o Brasil. É preciso pôr fim a isso”.

Em nota divulgada na segunda-feira, a Defesa rebateu: “Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação. Trata-se de acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a democracia”, dizia o texto, assinado pelo ministro da Defesa, o general da reserva Fernando Azevedo e Silva, e pelos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

Nesta terça-feira (14), o Ministério da Defesa encaminhou à PGR (Procuradoria-Geral da República) uma representação contra Gilmar Mendes, em razão de suas declarações. A representação é assinada pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e pelo comandante do Exército, Edson Pujol.

Também nesta terça, Gilmar Mendes divulgou uma nota em que reafirma seu respeito às Forças Armadas, mas repete as críticas que fez ao envolvimento do Exército no atendimento à saúde em meio à epidemia de coronavírus.

No texto, o ministro afirma que é preciso analisar com cuidado o papel que está sendo atribuído às instituições nesse momento e que em sua fala no sábado, durante live organizada pela revista IstoÉ, destacou que “as Forças Armadas estão, ainda que involuntariamente, sendo chamadas a cumprir missão avessa ao seu importante papel enquanto instituição permanente de Estado”.

Reforço, mais uma vez, que não atingi a honra do Exército, da Marinha ou da Aeronáutica. Aliás, as duas últimas nem sequer foram por mim mencionadas. Apenas refutei e novamente refuto a decisão de se recrutarem militares para a formulação e execução de uma política de saúde que não tem se mostrado eficaz para evitar a morte de milhares de brasileiros”, escreveu o ministro.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, que já havia criticado Mendes na segunda-feira, disse nesta terça, em entrevista à CNN Brasil, que o ministro “exagerou demais” e deveria pedir desculpas às forças. “Se ele tiver grandeza moral, ele tem que se retratar”, disse Mourão. As informações são do jornal Extra, da CNN Brasil, do Ministério da Defesa e da agência de notícias Reuters.

 

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