Segunda-feira, 18 de agosto de 2025

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Política Presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados estão sob pressão bolsonarista no WhatsApp e no Telegram

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Do ponto de vista institucional, a diferença de tratamento entre os presidentes das Casas é nítida.

Foto: Saulo Cruz/Agência Senado
Do ponto de vista institucional, a diferença de tratamento entre os presidentes das Casas é nítida. (Foto: Saulo Cruz/Agência Senado)

Desde que a prisão domiciliar de Jair Bolsonaro foi decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o Congresso está sob forte pressão.

No dia 5 deste mês, iniciou-se um motim promovido por parlamentares bolsonaristas na Câmara dos Deputados e no Senado com o objetivo de pautar a anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro. Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Câmara, foi bastante atacado quanto à fragilidade de sua liderança. O motim só se encerrou com a intervenção de Arthur Lira, antecessor de Motta.

No monitoramento da Palver, que analisa em tempo real mais de 100 mil grupos públicos de WhatsApp e Telegram, a pressão teve uma estratégia bem estabelecida.

O endereçamento das mensagens se dava de acordo com a pauta em questão, tendo como alvo Hugo Motta sobre a questão da anistia, e pressionando Davi Alcolumbre (União Brasil-AP) para pautar o impeachment de Alexandre de Moraes. As mensagens, em ambos os casos, se concentraram durante o período noturno, com reforços no fim da manhã, e compartilhavam verbos de comando e chamadas explícitas à ação.

A pressão aumentou ao longo da última semana devido à enorme repercussão das denúncias realizadas pelo influenciador Felca, que levantou o debate sobre a adultização das crianças nas redes sociais.

O tema, que já estava sendo discutido pelos congressistas, furou a bolha e ganhou destaque nacional, fazendo com que Hugo Motta reconhecesse a urgência da pauta e anunciasse que colocaria para votação o projeto de lei nº 2.628/2022 de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Em entrevista, Motta afirmou que o texto, que já passou pelo Senado, deve ser votado na Câmara ainda esta semana.

No campo ideológico, a direita usa o tema como bandeira moral e divide-se entre quem defende regras duras e quem rejeita “regular a internet” por receio de censura. Os parlamentares da oposição afirmaram que caso identifiquem qualquer sinal de censura irão obstruir a votação do PL da “adultização”, como está sendo chamado o projeto de lei. Nos grupos de esquerda, todo o foco está concentrado na discussão regulatória, pressionando pela responsabilização das plataformas.

Já na questão do impeachment de Moraes, o fluxo de pressão migra para o Senado e as mensagens ganham uma conotação acusatória. Essa é também a discussão na qual se observou um desvio identitário: parte das menções incorpora referências ao fato de Davi Alcolumbre ser judeu. No X (ex-Twitter), mensagens associadas ao presidente do Senado questionam a integridade do povo judeu como um todo.

Do ponto de vista institucional, a diferença de tratamento entre os presidentes das Casas é nítida. Hugo Motta recebe cobranças procedimentais e políticas associadas à anistia enquanto Davi Alcolumbre recebe cobranças para pautar o impeachment e enfrenta ataques de cunho pessoal e antissemita, que transformam parte da pressão em disputa identitária.

Este contraste no tratamento se dá principalmente pelo posicionamento mais firme de Alcolumbre ao afirmar que não irá pautar o impeachment de Moraes, independentemente do número de assinaturas. A baixa possibilidade de sucesso da oposição desloca a batalha do campo político para ataques de cunho pessoal.

A pressão sobre o Congresso observada nas redes sociais e nos grupos de mensageria faz com que o comportamento dos parlamentares bolsonaristas não possa ser diferente, uma vez que agindo de forma não equivalente estariam sujeitos ao escrutínio da base nas eleições do próximo ano. A pressão bolsonarista, portanto, deve continuar forte, vinda tanto das redes como dos parlamentares. (Com informações do jornal Folha de S.Paulo)

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