Sexta-feira, 01 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 30 de julho de 2025
No comando interino do Executivo estadual devido às férias do titular Eduardo Leite, o vice-governador Gabriel Souza se reuniu nessa quarta-feira (30) com o executivo Salecio Nuhs, presidente da indústria Taurus de armas e munição. O encontro foi realizado na sede da empresa, em São Leopoldo (Vale do Sinos), e teve como pauta a taxação de 50% imposta horas antes pelo presidente norte-americano Donald Trump a uma série de produtos brasileiros.
A ideia é minimizar os impactos da medida ao setor. Para isso, o governo gaúcho avaliará a possibilidade de auxílio por meio da liberação antecipada dos créditos financeiros acumulados do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) em decorrência da atividade exportadora da empresa.
Conforme Souza, embora a negociação tenha caráter federal, o Palácio Piratini trabalha para atenuar os efeitos do tarifaço: “O Rio Grande do Sul é um dos Estados mais afetados. Nosso setor de produtos de metal, em que se enquadram as armas-de-fogo, exporta 85,9% de sua produção aos Estados Unidos. Por isso, liberamos linha de crédito de R$ 100 milhões, via BRDE [Banco de Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul], a fim de apoiar exportadores impactados pela decisão”.
Nuhs complementou que cerca de 60% da produção da Taurus – fundada em Porto Alegre no final de década de 1930 – tem como destino o mercado norte-americano. Chamou a atenção, ainda, para o fato de a empesa ser responsável por 3 mil empregos diretos, além de 12 mil indiretos, no Rio Grande do Sul.
Agenda prossegue
Em paralelo, o governo gaúcho mantém uma agenda de reuniões com representantes da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) e demais setores produtivos. No foco está a avaliação de soluções e alternativas para reduzir o impacto das tarifas na economia do Estado.
Uma primeira reunião já havia sido realizada nesta semana com a Taurus, ocasião em que seu presidente Salesio Nuhs defendeu a liberação antecipada de créditos do ICMS. “Isso vai ajudar muito a companhia a partir da entrada em vigor da taxação de 50%”, declarou.
Ele acrescentou: “Essa é uma medida emergencial que vai ajudar nesse momento, mas não resolve o problema. A única observação é que o valor tem que ser proporcional ao tamanho da empresa, considerando, por exemplo, que a folha de pagamento da Taurus é de aproximadamente R$ 16 milhões com encargos mensais”.
As cúpulas da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Receita Estadual e Fiergs terão um novo encontro nos próximos dias. O objetivo é avaliar as especificidades de cada segmento impactado pelo tarifaço de Trump e aprofundar a busca por alternativas de apoio à continuidade da rotina produtiva das empresas.
(Marcello Campos)
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