Sexta-feira, 06 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 29 de novembro de 2024
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
Capítulo X – Conhecer e avaliar os perigos existente e os possíveis
Uma avaliação correta dos perigos é o primeiro passo importante para que se determine a proteção adequada. Contudo, isto requer necessariamente que se tenha pleno conhecimento de todo processo de produção, das máquinas e equipamentos necessários para o processo produtivo, das matérias primas utilizadas, que possíveis elementos do maquinário podem causar ferimentos, acidentes ou geração de elementos nocivos a respiração, quais exatamente os produtos finais e os, eventualmente, derivados que possam causar ou chegar a criar uma exposição perigosa ao Sistema respiratório.
Para se ter o pleno conhecimento não se deve, absolutamente, só saber o que cada produto usado pode gerar e pelo cheiro saber se “ele está ali”. O mundo dos gases, partículas e organismos vivos é muito mais complexo, perigoso e atuante do que se possa pensar, pois eles atuam e existem em volumes, medidas, pesos e tamanhos que estão muito além de nossa capacidade limitada de percepção, dentro de um universo macro e microscópico infinitamente grande. É certo que temos e contamos em nosso organismo, também, com uma poderosa defesa constituída dos elementos micro orgânicos – glóbulos brancos, vermelhos, anticorpos, etc – que por si só já nos defendem de uma infinidade de agressões externas. Entretanto nossos sentidos – nosso nariz – não é capaz de medir nem a presença, nem a concentração, nem o volume da maioria dos contaminantes atmosféricos danosos ou não a saúde.
Para isso foram desenvolvidos aparelhos especiais chamados Tomadores de Amostra capazes de indicar a presença de mais de 180 tipos de gases. Alguns desses aparelhos, em função da grande incidência de alguns poluentes, foram desenvolvidos especificamente para um determinado tipo de gas ou poeira. Assim, temos o Oxímetro, o Metanômetro, o Medidor de CO, o Explosímetro, o Decibelímetro, o Gascope e outros – que veremos mais adiante quando examinarmos o capítulo a eles referente.
As amostras do ar ambiente devem ser tomadas com os instrumentos tomadores de amostras apropriados, durante todas as condições da operação produtiva, a fim de avaliar a atmosfera quanto a sua quantidade oxigênio e os variáveis níveis de concentrações de contaminantes em forma de gás ou de partículas. As tomadas de amostras do ambiente e a frequência que devem ser feitas deverão ser determinadas pela quantidade de vezes, pela quantidade volume e pela periculosidade do gás utilizado, podendo variar de 2 ou 3 vezes por turno de trabalho, ou apenas uma tomada pela manhã e outra à tarde, apenas uma vez no dia, ou uma vez na semana e mesmo até uma vez no inverno e outra vez no verão. As amostras, recomenda-se serem tomadas posicionando o aparelho mais ou menos na altura do nariz, pois que a zona de respiração.
Se as concentrações de exposição excederem os limites de tolerância recomendados, os procedimentos de controle dos perigos deverão ser postos em prática imediatamente.
Contudo, apesar de terem sido feitas todas as avaliações, determinados e conhecidos todos os perigos potenciais, deve-se, necessariamente, considerar as possíveis condições emergenciais que podem se apresentar e, assim, estarem prontos, com equipamentos e procedimentos de emergência apropriados, para enfrentar e combater o problema que deverá ser feito por pessoal, conscienciosamente, treinado e preparado para essas situações (explosões, incêndios, vazamentos, rompimento de válvulas, tubulações, descargas elétricas, etc.).
Essas situações envolvem o pessoal da empresa que além de sua tarefa normal diária, deve receber treinamento para uso de extintores, mangueiras, manejo de espargidores e uso de máscaras autônomas. Devem ser capazes de, por exemplo, dar combate a um foco de incêndio, até que os Bombeiros da própria empresa, das empresas vizinhas ou do Corpo de Bombeiros da cidade, tenha tempo de chegar.
O Responsável Central de um PPR, mesmo com tudo estando sob controle e observação, deve estar sempre ‘ligado’ e atento como um próprio ‘advogado do diabo’ atento assim como quem ‘tá sempre procurando pelo em ovo’. Se nosso trabalho é proteger a vida dos outros, estaremos realizados se ao nos aposentarmos tivermos a consciência de que nenhuma vida foi perdida por nossa culpa.
Na sexta-feira próxima, dia 6/12, na Edição 12, vamos falar sobre o Controle dos Perigos Respiratórios.
Luiz Carlos Sanfelice – lcsanfelice@gmail.com
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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