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Geral Socorro ao RS precisa pensar além do curtíssimo prazo, alerta professor: “É preciso se preparar para o que vem daqui a dois ou três meses”

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Imagem mostra casa no bairro Mathias Velho, em Canoas. (Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

Mesmo em meio uma tragédia sem precedentes, com mais de uma centena de mortos, dezenas de milhares desabrigados e corte de serviços básicos em vários locais do Rio Grande do Sul, é preciso que as medidas do governo não só olhem para o curtíssimo prazo. Também é preciso começar a planejar em horizonte maior, de curto, médio e longo prazos, sob pena de a fase “urgentíssima” perdurar além do tolerável.

É o que diz Jairo Procianoy, professor de finanças e governança da Fundação Dom Cabral. Pertencente a uma família há três gerações no Rio Grande do Sul e morador de Porto Alegre, ele diz que o governo gaúcho tem neste momento uma agenda “urgentíssima” e que vai no caminho correto de salvar pessoas, dar comida e abrigo.

Mas é preciso se preparar para o que vem daqui a dois ou três meses, diz, quando o que está submerso vier à tona. Parte dos hospitais, exemplifica, foi alagada e deve demorar para voltar à atividade normal. Isso, diz, pode demandar hospitais de campanha, uma medida de curto prazo que precisa ser organizada porque demanda recursos humanos e materiais. Quando a água ficar em nível mais baixo, diz, haverá risco maior de leptospirose e, com a chegada do frio, casos de gripes e doenças pulmonares também devem aumentar.

Só quando o nível de água baixar, diz, é que se poderá avaliar a situação das construções agora alagadas e saber se poderão ser aproveitadas. Junto com isso é preciso verificar as condições da infraestrutura: vias de acesso, luz, água, esgoto.

“Se não houver planejamento vamos contratar a urgência para daqui a dois ou três meses também”, diz.

“É preciso estabelecer prioridades porque não haverá nem dinheiro nem mão de obra para fazer tudo.”

No horizonte próximo, diz, também se espera uma depressão econômica local.

Para ele, mais do que discutir o tamanho do socorro para o Estado, é preciso garantir que os recurso sejam bem destinados. Ele sugere a organização de um comitê tripartite para garantir governança e transparência, formado um terço por governo — União, Estado e municípios gaúchos —, outro terço por empresas e a última parte pela sociedade civil, representada por pessoal técnico que “não dependa financeiramente dos recursos que serão concedidos”.

Algumas medidas imediatas do governo, diz Procianoy, merecem aplausos, como a retomada da ligação entre as cidades Porto Alegre, Guaíba e Eldorado do Sul, por meio de uma rota emergencial pela BR-290, o que permitiu atendimento a áreas isoladas.

“Nunca vi uma coisa ter sido feita tão rápido, tão perfeita, tão urgente.”

Há muitos problemas, ressalta, como falta de medicamentos, segurança e serviços básicos em vários locais, mas há muita coisa sendo realizada.

“As pessoas estão olhando excessivamente para o curtíssimo prazo e esquecendo a necessidade de planejar o curto prazo. Hoje os esforços estão no resgate de pessoas, em fornecimento de abrigo e comida. Está certo, mas é preciso pensar no que irá acontecer daqui a um ou dois meses. Se isso não for planejamento vamos contratar a urgência para daqui a dois ou três meses também. Ficaremos no “urgentíssimo” por muito tempo e a tolerância das pessoas vai se reduzindo”, diz.

E todos vão adoecendo com o prolongamento da crise, observa.

“Todos nós começamos a ter mais medo de sair à noite, por exemplo. As pessoas ficam assustadas, com receio de deixar suas casas vazias porque há saques, tudo isso como reflexo da hecatombe que aconteceu.” As informações são do jornal Valor Econômico.

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