Quinta-feira, 15 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2025
A China reduzirá suas tarifas sobre produtos norte-americanos para 10% por um período inicial de 90 dias a partir da 1h01min (horário de Brasília) desta quarta-feira (14), informou o Ministério das Finanças da China em um comunicado nessa terça-feira (13).
O ministério disse que reduzirá as tarifas de 34% sobre os produtos dos EUA para 10% e cancelará a taxa adicional de 91% imposta em duas rodadas de medidas.
“A redução significativa das tarifas bilaterais entre a China e os EUA está alinhada com as expectativas dos produtores e consumidores de ambos os países e favorece as trocas econômicas e comerciais entre a China e os EUA e a economia global”, diz o comunicado.
Guerras tarifárias
O presidente da China, Xi Jinping, afirmou nessa terça-feira que “não há vencedores em guerras tarifárias ou comerciais”, durante sua primeira declaração pública após o acordo negociado ao longo do fim de semana com os Estados Unidos.
Xi pediu aos países da América Latina e do Caribe para promoverem a estabilidade e a paz. Ele discursou na abertura do Fórum ministerial China-Celac, que reúne em Pequim autoridades da América Latina e do Caribe, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Em disputa de influência com Trump, ele anunciou ações voltadas para a região, como uma linha de financiamento de US$ 9,1 bilhões, cerca de 66 bilhões de yuans chineses, além da isenção de vistos para 5 países e milhares de bolsas de estudos.
O presidente chinês não fez menções ao homólogo Donald Trump ou aos Estados Unidos, mas usou seu discurso para mandar um recado implícito. O chinês também disse que “intimidação e hegemonismo só levam ao autoisolamento”.
Enviados comerciais da China e dos Estados Unidos chegaram a um acordo na Suíça sobre a guerra comercial disparada por Trump, por meio do tarifaço. Os países concordaram em reduzir o patamar das taxas recíprocas por 90 dias. Os produtos chineses passaram de 145% para 30%. Os americanos, de 125% para 10%. Delegações dos dois países negociaram durante o fim de semana, na Suíça.
Integrantes do Palácio do Planalto interpretam o acerto é positivo, pois demonstra que se foi possível os EUA se entenderem com o maior alvo das tarifas é sinal de que o mesmo pode ocorrer com os demais. A China havia sido o país mais taxado, enquanto o Brasil recebeu 10%, o menor patamar. No entanto, conselheiros do presidente Lula ressaltam que o acordo pode ser revertido a qualquer momento e ressaltam a volatilidade de Trump. As informações são da agência de notícias Reuters e do jornal O Estado de S. Paulo.