Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 24 de junho de 2020
Cerca de 200 comerciantes realizaram na manhã desta quarta-feira (24) um protesto pacífico contra o fechamento do comércio em Porto Alegre, determinado pelo decreto municipal 20.625 para conter o avanço da pandemia de coronavírus e reduzir a demanda pela rede de saúde na cidade. Reunido em frente à prefeitura, no Centro Histórico, o grupo ostentava cartazes e mensagens por meio de uma caixa de som.
Na pauta da reivindicação, o relato de prejuízos decorrentes suspensão das atividades consideradas não essenciais. O Executivo municipal se manifestou após o ato público. “A prefeitura lamenta precisar tomar medidas drásticas que fecham comércio e serviços, mas age de acordo com as evidências apresentadas diariamente por uma equipe competente, formada por profissionais que estudam e entendem a situação epidemiológica da cidade”, frisou o texto.
“Nenhum lugar do mundo conseguiu conter o avanço do vírus sem barrar a circulação de pessoas”, acrescentou. “Eventos como este protesto, que gera aglomeração de pessoas, são o motivo pelo qual a prefeitura precisou fechar novamente o comércio.” O prefeito Nelson Marchezan Júnior também atribuiu parcela de culpa à população e aos próprios comerciantes:
“Infelizmente, parte da sociedade e dos empresários não entendeu que a liberação só poderia continuar se cada um fizesse a sua parte, evitando aglomerações e adotando as medidas de higiene. Nos últimos dias, o que se viu nas ruas foi uma grande circulação de pessoas desconsiderando que enfrentamos uma pandemia”.
Restrições já em vigor
No sistema de distanciamento controlado do governo do Estado, Porto Alegre encontra-se classificada na bandeira vermelha (risco alto de contágio por coronavírus), o que impõe uma série de restrições às atividades econômicas. Já nesta quarta-feira, os estabelecimentos de comércio e serviços de Porto Alegre foram obrigados a interromper suas atividades, de acordo com as novas determinações do Decreto 20.625.
O aumento veloz de internações em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) definiu as novas medidas adotadas pelo prefeito Nelson Marchezan Júnior. Os dois setores estarão fechados, à exceção dos estabelecimentos classificados como atividades essenciais no artigo 12 ou dos expressamente permitidos pelo artigo 13 do texto.
Marchezan reforça que foi diante desse cenário preocupante, que a prefeitura decidiu retomar restrições semelhantes às aplicadas em março. As novas regras para os setores da alimentação entram em vigor nesta quinta-feira (25). Já a indústria e a construção civil nesta sexta.
– Restaurantes, bares e lancherias, padarias e lojas de conveniência: permitidos nos sistemas de tele-entrega (“delivery”) e pegue-e-leve (“take-away”). É vedada a formação de filas e aglomeração de pessoas.
– Comércio, serviços e indústria: fechados, à exceção dos estabelecimentos classificados como atividades essenciais no artigo 12 ou daqueles expressamente permitidos pelo artigo 13 do decreto 20.625.
(Marcello Campos)