Segunda-feira, 11 de agosto de 2025

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Economia Dólar mais fraco acalma finanças e inflação

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O preço do dólar parece voltar à tendência de queda que se via desde abril, grosso modo. (Foto: Freepik)

O tarifaço Trump-Bolsonaro causou febre nos mercados financeiros do Brasil em julho. Parece estar passando. As taxas de juros de prazo de dois anos ou mais estão à beira de voltar à linha da tendência de queda que vinha desde fevereiro, como se observa no atacado do mercado de dinheiro. O preço do dólar parece voltar à tendência de queda que se via desde abril, grosso modo.

Essa calmaria relativa ocorre durante a ofensiva “Blitzkrieg” do “duce” Donald Trump e de novo surto da insurreição permanente dos Bolsonaros e cúmplices. Portanto, pelo menos na visão da maioria dos donos e dos negociadores de dinheiro grosso, o risco de agravamento da guerra econômica de Trump e o golpismo sem fim dos Bolsonaros não têm peso suficiente para “fazer preço”, para alterar correntes maiores que influenciam preços (câmbio, juros). Números piorados nas contas externas, de entrada de dólar (“fluxo cambial”), a ruindade porém estagnada das contas públicas e o tumulto político-eleitoral ora não fazem coceira nesse cenário.

A valorização do real em relação ao dólar desde o início do ano parece se dever, em uns dois terços, ao enfraquecimento mundial da moeda americana – essa conta sempre será imprecisa e, de resto, varia a depender do modelo que se use. A perspectiva de crescimento do PIB e de taxas de juros menores nos Estados Unidos, entre outros problemas (descrédito), ajuda a desvalorizar o dólar. No mais, a valorização do real deve ter sido causada pela diferença crescente de taxas de juros brasileiras e americanas e um tico pela fraqueza no resto do mundo relevante.

O real menos fraco contribui sobremaneira para um comecinho de desinflação. O crescimento econômico parece mais comedido, assim como o do crédito, apesar de números fortes de emprego e salários. Pode ser também que a economia agora possa crescer mais sem inflação excessiva (tem “PIB potencial maior”), a julgar pelo que se viu nos últimos três anos e pouco. Por tudo isso, pode ser que a desinflação custe menos em termos de PIB e emprego.

Se assim é, afora choques e novos ataques trumpistas, os próximos momentos de tensão menos imprevisíveis aconteceriam no final do ano. Em geral, a taxa de câmbio dá um salto em dezembro. A partir do final do ano, pode ser que a política eleitoral “faça preço”. A direita, apesar de forte, está em uma sinuca e dividida. Quanto mais durar a esperança dos golpistas na sobrevivência de Bolsonaro (até por meio da anistia), mais distante ou incerta a definição da candidatura direitista. Especialmente, mais difícil fica a decisão de Tarcísio de Freitas, preferido do dinheiro grosso para fazer o ajuste fiscal, desregulamentar, conter impostos e “pacificar” o país sob um fantástico bolsonarismo moderado. A hipótese Lula 4 deve pesar nos preços.

O golpismo pode provocar danos nos projetos caros ao governo ou bagunça maior no Congresso, melando o jogo. Não vai ser antes de outubro que se vai poder estimar o tamanho da baderna, ainda que seja intenção da maioria dos comandos do Congresso voltar o quanto possível ao “business as usual”. Dada a demonstração de força da coalizão de quem quer fugir da polícia (bolsonaristas, ladrões de emendas etc.), é possível que saia alguma lei de reforço da imunidade para essa gente.

Com tantos problemas crônicos e conjunturais, com a democracia com a faca no pescoço, o dólar mais fraco vai segurando a nossa onda. (Vinicius Torres Freire/Folhapress)

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