Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de setembro de 2019
O TST (Tribunal Superior do Trabalho) recebeu na quarta-feira (18) o comunicado oficial sobre a suspensão da greve dos trabalhadores da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos). A petição da Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras da ECT (Findect) foi incluída nos autos do dissídio coletivo da categoria nesta quinta-feira (19).
Em audiência de conciliação realizada no último dia 12, o ministro Maurício Godinho Delgado, relator do processo, propôs a suspensão da greve por parte dos empregados. Em contrapartida, a empresa se comprometeu a manter os termos do último Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e do plano de saúde para os pais dos empregados até o dia 2 de outubro, quando o TST deverá julgar o dissídio.
O julgamento da Seção Especializada em Dissídios Coletivos está agendado para as 14h30min do dia 2 e poderá ser acompanhado ao vivo pelo canal do TST no Youtube.
Estado de greve
Os funcionários dos Correios decidiram, em assembleias realizadas na noite de terça-feira (17), suspender em todo o país a paralisação iniciada no último dia 10, aceitando a proposta do TST de prorrogação do atual acordo coletivo da categoria até a data do julgamento do dissídio.
Os trabalhadores, entretanto, decidiram manter o chamado “estado de greve” até o julgamento do dissídio coletivo, marcado para 2 de outubro. “Neste momento, com a negociação já ajuizada e sem garantias de novos acordos até a data do julgamento, é necessário manter o diálogo e intensificar os movimentos e atos públicos na defesa dos Correios e na luta contra a privatização”, afirmou a Fentect (Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares).
No último dia 12, o ministro do TST Maurício Godinho Delgado já havia determinado que 70% dos funcionários dos Correios voltassem ao trabalho.
Em nota, os Correios destacaram que a suspensão da paralisação foi a condição para que a empresa aceitasse a proposta do TST de manter as cláusulas do ACT 2018/2019 até a data do julgamento do dissídio coletivo.
“A empresa espera chegar a um entendimento razoável sobre o ACT 2019/2020, com a confiança de que o Tribunal reconhece a importância de, neste momento, retomar o equilíbrio financeiro de uma empresa tão estratégica quanto os Correios”, afirmou.
Segundo a estatal, já foram implementadas medidas para que o fluxo postal e as entregas sejam normalizados “o mais rápido possível”, incluindo o deslocamento de empregados administrativos para auxiliar na operação e a realização de mutirões nos fins de semana.
No Rio Grande do Sul, a avaliação dos trabalhadores é de que o movimento foi forte e mobilizou a categoria em praticamente todos os setores, também unificando os empregados em nível nacional, segundo o Sintect-RS (Sindicato dos Trabalhadores dos Correios e Telégrafos do Rio Grande do Sul). Em alguns locais, a greve chegou a 100%, mas mantendo, no todo, os 70% de funcionamento exigidos pela lei de greve.
De acordo com o Sintect-RS, mesmo com a decisão de suspender a greve, os trabalhadores afirmam que vão manter as mobilizações. Na agenda já estão a participação da categoria no ato do dia 24 de setembro contra a reforma da previdência e as privatizações e, no dia 1º de outubro, será realizada uma mobilização antecedendo o julgamento do Dissídio Coletivo no TST.