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Economia A população da Argentina adotou medidas para reduzir o consumo, como usar um casaco em vez de aquecedor e apagar as luzes

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As brincadeiras sobre recomendações reais de Macri são intermináveis. O presidente disse, em um de seus discursos de defesa do tarifaço, que os argentinos deveriam agasalhar-se mais dentro de casa. (Foto: Reprodução)

Em abril passado, Miguel Mangiante, dono de uma pizzaria tradicional do Bairro Norte de Buenos Aires, pagou 2.166,53 (US$ 87) pesos de gás. Um mês depois, a conta subiu para 7.193,25 pesos (US$ 288), para surpresa do empresário argentino, que inaugurou o restaurante em 1980 e já atravessou várias crises econômicas em seu país. Uma das maneiras de enfrentar o cada vez mais doloroso tarifaço implementado pelo governo do presidente Mauricio Macri – que vetou recentemente uma lei que buscava impor limites aos reajustes das tarifas de serviços públicos – foi reduzir o horário de funcionamento da pizzaria. Como Miguel, a maioria dos argentinos está buscando maneiras de se adaptar à nova realidade. O país acaba de fechar um acordo de empréstimo de US$ 50 bilhões com o FMI, e a expectativa é que o país precise fazer um ajuste ainda mais rigoroso para cumprir as regras.

Os aumentos de tarifas foram expressivos desde que Macri chegou ao poder, em dezembro de 2015. De acordo com dados do site Chequeado.com, entre 2015 e 2017 as tarifas elétricas aumentaram 562%; as de água, 338%; e as de gás, 223%. Os salários, no mesmo período, foram reajustados em 72%.

Nas redes sociais, os comentários sobre as dificuldades cotidianas se multiplicam e já surgiram até mesmo perfis criados para estimular, em muitos casos com humor, mudanças de hábitos. Um deles é o “Macri Tips”, no Twitter, no qual todos os dias são publicadas brincadeiras sobre a cruzada do presidente para equilibrar as contas públicas do país. “Diga a seus filhos que Papai Noel não existe, assim você gastará menos dinheiro em presentes”; “Se você pegar sabonetes de hotéis economizará milhões de pesos”; “Use a água na qual você tiver fervido repolho para pintar o cabelo” e “Coma direto da panela e não gaste água para lavar pratos”, entre muitos outros.

As brincadeiras sobre recomendações reais de Macri são intermináveis. O presidente disse, em um de seus discursos de defesa do tarifaço, que os argentinos deveriam agasalhar-se mais dentro de casa para consumir menos gás com aquecimento no inverno. A moda pegou e, de fato, muitas pessoas passaram a usar casacos e outros tipos de agasalho como estratégia para reduzir a conta de gás.

O banho

A necessidade de mudar de hábitos se impôs, sobretudo entre integrantes da classe média argentina, uma das mais afetadas pelo tarifaço de Macri. Para Soledad Durrieu, casada e mãe de três filhos, o banho passou a ser uma atividade relâmpago, de três minutos de duração, única maneira encontrada pela família de conter a conta de luz, já que o aquecedor de água de seu apartamento é elétrico.

“Falei para as crianças que elas só podem demorar o tempo que dura uma música no banho e deu certo”, contou Soledad, formada em Comunicação. Ela também passou a usar mais o transporte público para levar e buscar os filhos na escola: “A gasolina está caríssima e, como vou várias vezes ao colégio (um dos filhos ainda está na creche), passei a andar mais de ônibus”.

Mesmo mudando hábitos, a conta de luz da família passou de 800 pesos (US$ 32) para 2.500 pesos (US$ 100).

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