Quarta-feira, 15 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 27 de fevereiro de 2019
O Carnaval é a maior festa popular do Brasil, reunindo diversas culturas, ritmos e cores. Apesar de ser uma época de diversão, é importante dedicar atenção especial às crianças, com idade entre dois e seis anos. É comum neste período que os pequenos apresentem comportamento inesperado, ao experimentar ambientes com sons altos, constante fluxo de pessoas, cores e atividades.
Geralmente, as crianças expostas a diversos estímulos (visuais, sonoros e sensoriais) costumam reagir de maneira positiva, mas nos primeiros anos de vida, uma quantidade alta de estímulos pode sobrecarregá-las, gerando comportamentos inesperados, como, choros. ansiedade de separação, birras e agressividade.
Para se divertirem com os pequenos e aproveitarem a folia, os pais precisam levar em consideração os limites de cada criança. A assessora familiar, “expert em bebês”, Mariana Zanotto, dá dicas de como curtir o Carnaval, com segurança, confira:
Tenha paciência: para algumas crianças este processo pode ser mais lento. A Psiquiatra e escritora Judith Orloff, especializada no tratamento de pessoas altamente sensíveis, pontua que quase 20% da população nascem com algum grau de sensibilidade elevada. Isso faz com que esses pequenos tenham um sistema neurológico altamente reativo aos estímulos ao seu redor. Por isso, é importante que adultos saibam o momento certo de suspender a atividade, sem rotular a criança;
Invista em um fone de ouvido: de acordo com o grau de sensibilidade da criança, este investimento é essencial. É comum que muitas famílias sejam obrigadas a deixar a festa ou que não consigam frequentar certos ambientes,pois a criança sofre muito por causa dos ruídos. Pesquise, se informe e consulte um especialista sobre as melhores opções para ajudar a diminuir os ruídos externos;
Tire intervalos durante a festa: quando você observar que a criança está desconfortável, dê um tempo. Saia um pouco do foco da festa, passeie por outro ambiente, vá ao banheiro, faça outra atividade que interrompa um pouco os sons contínuos.
Prepare a criança com antecedência: antes de chegar no evento converse sobre o que a ela irá ouvir, ver, sentir. Uma vez que você listou as atividades que irão acontecer e colocou em palavras quais sensações a criança irá sentir, será mais fácil para ela se preparar para enfrentar o ambiente com mais tranquilidade. Retirar o elemento surpresa é sempre uma boa ideia;
Sugira para a criança fazer barulho e/ou acompanhar os ritmos através da dança: ao convidar a criança para cantar, bater os pés e as mãos, usar instrumentos musicais como apitos e pandeiros, se movimentar junto a música, estamos, através de ações, passando uma sensação de controle e segurança para a criança, pois assim, ela fará parte da bagunça. São poucos os momentos em que incentivamos os gritos, então, aproveite a ocasião para extravasar.
O cuidado com crianças Portadores de Transtorno Espectro Autista (TEA) deve ser diferenciado.
Entre as síndromes mais comuns estão a dificuldade de interação social, padrão de comportamento restritivo e repetitivo, hipersensibilidade auditiva e visual e atraso no desenvolvimento verbal. Mesmo assim, festas e eventos não são contraindicados para portadores de autismo, no entanto, alguns cuidados devem ser tomados durante este período, como, preparar a criança com antecedência, gerenciando suas expectativas, informar o cronograma do dia e acompanhar a reação dela, sabendo o momento certo de ir embora.