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Economia A China não quer que as suas grandes empresas invistam no exterior

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Dinheiro deve permanecer na economia nacional, avaliam especialistas. (Foto: Reprodução)

Neste ano, a China anunciou que investirá 124 bilhões de dólares (cerca de 400 bilhões de reais) em uma iniciativa global denominada “Nova Rota da Seda”. Mas por que o país está limitando os investimentos de suas grandes empresas no exterior?

Na última década, empresas chinesas protagonizaram uma onda de compras ao redor do mundo. O país, que tenta ser uma economia de mercado, mas sem renunciar aos rígidos controles governamentais, reduziu restrições para investimentos de empresas chinesas no exterior.
O objetivo era evitar que as reservas de divisas estrangeiras no país chegassem a um volume incontrolável e também facilitar a aquisição de recursos e tecnologia que permitissem às empresas crescer.

Mas essa etapa parece estar chegando ao fim, já que, no ano passado, o governo de Xi Jinping começou a impor limites que foram ainda mais reforçados na última semana. “Ele pediu ao setor bancário para ficar alerta para o bem de todos os chineses”, ressaltou o professor de História da Economia Kent Deng, da London School of Economics (Inglaterra).

O organismo responsável pelo setor bancário determinou que os bancos avaliassem como estão expostos às grandes empresas, ou seja, que consequências sofreriam, caso essas companhias entrassem em crise. As autoridades não informaram exatamente de que empresas se tratavam, mas as ações da Wanda e dos grupos Fosun e HNA começaram a cair dias depois.

“O dinheiro deve permanecer na economia nacional. Qualquer quantia grande que saia das fronteiras está sujeita ao controle do regulador financeiro desde o último dia 1º de julho”, disse Deng.

Somente em 2016, os investimentos chineses no exterior cresceram para mais de 169 bilhões de dólares (cerca de 550 bilhões de reais), segundo dados do centro de estudos AEI (American Enterprise Insitute). Neste ano, o volume anunciado foi ainda maior. Mas quantidade e qualidade são coisas diferentes e o padrão qualitativo desses aportes não convenceu as autoridades asiáticas.

Segundo o jornal Washington Post, o ministro chinês do Comércio, Zhong Shan, qualificou os investimentos feitos no ano passado como “cegos e irracionais”. Embora tenha admitido que poucas empresas tivessem cometido esses “erros”, ele foi contundente: “Algumas já pagaram o preço e houve impacto negativo em nossa imagem nacional”.

Evasão de capitais

O presidente do Banco Popular Chinês foi mais explícito, afirmando que essas empresas não cumpriam exigências e políticas para investimentos no exterior, já que visavam a setores “que não trazem muito benefício à China”, como esportes e entretenimento. “Projetos de investimento como estes são vistos como um vazio legal para lavagem de dinheiro e saída de capitais”, disse Deng.

“As reservas de divisas estrangeiras na China caíram muito rapidamente e são necessárias para dar apoio ao yuan na tentativa de torná-lo uma moeda internacional”, acrescentou o dirigente.

Apesar das advertências e medidas chinesas, algumas empresas continuaram anunciando investimentos. Algo que, segundo Deng, acabaram tendo que cancelar. “Os investimentos recentes serão cancelados pelo Estado de forma unilateral”, disse. “Empresas chinesas pararam com essa onda de compras descontroladas. Na verdade, aquelas firmas bem informadas e conectadas completaram antes do fim de 2016 todas as compras que interessavam.”

Para ele, as restrições anunciadas pelo governo são “muito pequenas e chegam tarde demais”. Então por que a China impulsiona uma campanha de investimentos globais para a qual destina milhões de dólares? Porque o país asiático quer ter operações no exterior, mas em setores que lhe interessam. A Nova Rota da Seda está dedicada a investimentos em infraestrutura. “A maioria desses projetos ajudam a China a exportar o seu excedente de aço, cimento, locomotivas, navios, barcos e contêineres. Estes são os projetos que se promovem nas mais altas esferas”, concluiu Deng.

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https://www.osul.com.br/china-nao-quer-que-as-suas-grandes-empresas-invistam-no-exterior/ A China não quer que as suas grandes empresas invistam no exterior 2017-07-17
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