Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2021
O governo norte-americano decidiu concentrar esforços para vencer a hesitação de milhares de pessoas em relação à vacina contra a covid. Acelerar a aplicação da primeira e segunda doses é prioridade nos Estados Unidos, sobretudo em um momento no qual se prolifera a variante Delta do coronavírus – mais de 80% dos novos casos são provocados pela cepa, de origem indiana.
Para muitos analistas, as autoridades do país já teriam atingido o índice máximo de pessoas dispostas a receber a imunização (por volta dos 65%). O desafio, a partir de agora, é convencer o restante. E essa tem sido uma tarefa complicada.
Aos indecisos e relutantes já foram oferecidas as mais variadas promessas de recompensa, desde cerveja de graça e ingressos em shows até bolsas de estudo em universidades. Como a estratégia não surtiu o efeito desejado, as autoridades acabaram apelando para o caminho da restrição.
Neste fim da semana, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou que está em estudo um plano para obrigar a apresentação de atestado de vacinação para entrada em locais fechados, tais como bares e restaurantes, bem como o estímulo a empresários para que exijam a vacinação por parte de seus funcionários.
Também foi feito um apelo especial aos hospitais públicos e particulares para que estabeleçam rotinas de testagem semanais.
No sábado, a Liga Nacional de Futebol Americano advertiu os 32 times integrantes: clubes de atletas que se recusarem a receber vacina poderão ter derrota decretada em partidas, se o jogador for testado positivo para covid e infectar colegas ou outros profissionais do meio.
O momento atual é considerado crítico para os Estados Unidos no que se refere á campanha de vacinação. Após o sucesso da primeira fase, a ofensiva parece ter chegado a um ponto sem saída. Um dos temores é de que a parcela da população que não quer se vacinar seja justamente a mais propícia à disseminação da variante Delta.
“Estamos vendo surgir espécie de pandemia de não vacinados”, comparou a diretora do Centro de Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês), Rochelle Walensky.
Motivação
Especialistas já se dedicam a melhor compreender o que está por trás da hesitação de tanta gente. Já se sabe que um dos motivos é o fato de os imunizantes em uso não terem obtido a aprovação final do FDA, espécie de “Anvisa dos Estados Unidos”.
Por questão de urgência sanitária, as vacinas receberam somente liberação para utilização apenas emergencial. Assim, muitas autoridades têm apelado à agência regulatória para que dê o seu parecer final sobre os a eficácia e segurança sanitária dos imunizantes.
O presidente norte-americano, Joe Biden, foi um dos que se manifestou, dizendo esperar que as aprovações sejam dadas. “O quanto antes isso acontecer, melhor será para todo mundo”, sublinhou em recente declaração à imprensa.