Terça-feira, 08 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 23 de agosto de 2022
O presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Ednaldo Rodrigues, vai propor a partir de 2023 a aplicação de punições esportivas contra os times cujos torcedores demonstrarem comportamentos racistas. Ednaldo vai levar a ideia ao Conselho Técnico do Campeonato Brasileiro – instância formada pelos clubes participantes da competição – do ano que vem.
Foi o Conselho Técnico, por exemplo, que vetou a venda de mando de campos e que primeiro aprovou (em 2021) e depois derrubou (em 2022) o limite para a troca de técnicos.
Ednaldo Rodrigues vai anunciar essa intenção nesta quarta-feira (24), durante o primeiro Seminário de Combate ao Racismo e à Violência no Futebol, organizado pela CBF.
“O evento é um marco para o início de uma série de iniciativas que vão discutir de uma forma mais profunda o combate ao racismo e à violência no futebol. É um gesto histórico para dar um basta contra o racismo e a ignorância no futebol. Além do evento, vamos fazer uma série de ações nos estádios nesta semana para conscientizar o torcedor. Chega de discriminação”, disse Ednaldo Rodrigues.
Durante o seminário, ocorrerá a apresentação da edição de 2021 do Relatório da Discriminação Racial do Futebol , produzido anualmente pelo Observatório da Discriminação Racial no Futebol. Segundo Marcelo Carvalho, fundador do Observatório, o número de casos explodiu no ano passado em relação a 2020.
“Foram 31 casos em 2020 e 64 em 2021. Esse é o número de casos de racismo no futebol brasileiro ou com atletas brasileiros em competições sul-americanas”, disse Carvalho.
Neste ano, a CBF passou a patrocinar o trabalho do Observatório.
“O trabalho do Observatório é muito relevante pela qualidade da pesquisa e ajuda a dar mais profundidade na discussão. A parceria da CBF serve para dar uma tranquilidade financeira ao grupo e ajudá-los a desenvolver projetos ao longo prazo”, declarou o presidente da CBF.
O evento na sede da CBF também vai contar com a presença de representantes da Fifa, como Pavel Klymenko, que falou sobre “Melhores práticas internacionais no combate à discriminação”. e Andrey Reis, líder de planejamento e operações de segurança da Fifa (entidade máxima do futebol).
Copa Verde
A CBF confirmou, nesta terça (23) a realização da Copa Verde em 2022. Marcada por ações em prol da sustentabilidade, a competição voltará ainda nesta temporada, em formato de disputa e datas que serão revelados oportunamente pela Diretoria de Competições da CBF.
A confirmação foi feita perante presidentes de diferentes federações do futebol brasileiro, como: Antônio Américo, do Maranhão; Evandro Carvalho, de Pernambuco; Rubens Angelotti, de Santa Catarina; Michelle Ramalho, da Paraíba; Milton Dantas, de Sergipe; Adriano Aro, de Minas Gerais; Gustavo Vieira, do Espírito Santo; José Vanildo, do Rio Grande do Norte; Luciano Hocsman, do Rio Grande do Sul; Mauro Carmélio, do Ceará; Robert Brown, do Piauí; Daniel Vasconcellos, do Distrito Federal; Ricardo Gluck Paul, do Pará; Ricardo Lima, da Bahia; e Francisco Cezário, do Mato Grosso do Sul. Netto Góes representou a Federação Amapaense de Futebol e Arnoldo Nazareth representou a Federação Amazonense de Futebol.
Esta será a nona edição da Copa Verde, que foi criada em 2014 e reúne equipes das regiões Norte e Centro-Oeste do Brasil, além do Espírito Santo. O atual campeão é o Remo, que derrotou o Vila Nova na grande decisão, em 2021.