Sábado, 03 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 2 de maio de 2025
Hospital Universitário de Canoas, alvo de denúncias sobre irregularidades no ensino médico.
Foto: DivulgaçãoA Ulbra se manifestou nesta sexta-feira (2) sobre a decisão do Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) de interditar disciplinas do curso de Medicina realizadas no Hospital Universitário de Canoas. A medida foi tomada nesta semana, após denúncias e uma fiscalização do conselho.
Segundo o Cremers, a inspeção constatou irregularidades na estrutura de ensino oferecida pela universidade no hospital. Entre os problemas identificados, estavam a ausência de professores em determinadas áreas e a superlotação de alunos nas salas de atendimento a pacientes. Além disso, foi apontada a inexistência de um termo formal entre a Ulbra e o hospital que regulamente a atividade de ensino.
“Nós, no segundo semestre do ano passado, recebemos denúncias de alunos que estavam sem professores em algumas áreas e com um contingente muito grande de alunos em outras,” afirmou o presidente do Cremers, Eduardo Neubarth Trindade, em entrevista à Rede Pampa. “Além disso, a fiscalização do conselho não encontrou um termo que deve existir entre um hospital universitário para ensino com a universidade. Não existia esse documento, muitos professores não tinham nem vínculo com o hospital e estavam dando aula na assistência para pacientes.”
Em resposta, a Ulbra afirmou que há um contrato vigente com o Hospital Universitário, assinado em junho de 2023, e que já estuda alternativas para evitar prejuízos aos estudantes.
“Olha, o contrato é um contrato que foi assinado no dia 21 de junho de 2023, assinado pelo nosso presidente, vice-presidente, secretário municipal de Canoas,” explicou o diretor jurídico da Ulbra, João Pedro Melke. “A instituição está preparada para qualquer hipótese, seja para a hipótese de continuar as suas operações do curso de Medicina na unidade hospitalar do Hospital Universitário, seja para transferir esse ensino para outras unidades hospitalares.”
Apesar da interdição das atividades acadêmicas, o Cremers reforçou que a decisão não afeta os atendimentos prestados aos pacientes no Hospital Universitário de Canoas.