Quinta-feira, 12 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de maio de 2025
Deputados de partidos com ministérios no governo Lula deram quase metade das 185 assinaturas do pedido do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) pela criação da CPI (comissão parlamentar de inquérito) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), destinada a investigar os sindicatos envolvidos na fraude bilionária de descontos nos pagamentos a pensionistas e aposentados.
Foram:
– 25 assinaturas de parlamentares do União Brasil, legenda do ministro do Turismo, Celso Sabino, e responsável pelas indicações aos ministérios da Integração e Desenvolvimento Regional (Waldez Góes) e das Comunicações (Frederico de Siqueira Filho);
– 18 assinaturas de deputados do Republicanos, do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho;
– 18 assinaturas da bancada do PP, do ministro do Esporte, André Fufuca;
– 11 assinaturas de deputados do MDB, dos ministros das Cidades, Jader Filho, do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, e dos Transportes, Renan Filho;
– 9 assinaturas da bancada do PSD, dos ministros da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e da Pesca e Aquicultura, André de Paula.
São, no total, 81 deputados de partidos que, em tese, compõem a base de apoio ao governo Lula no Congresso e deram apoio à abertura da CPI defendida pela oposição com o objetivo de colocar a digital do presidente no escândalo de descontos fraudulentos no INSS.
Em entrevista coletiva com apoiadores da comissão de inquérito, o deputado Sargento Fahur (PSD-PR) afirmou que a oposição quer investigar o escândalo no INSS “doa a quem doer”.
“Principalmente se tiver envolvimento do irmão do presidente da República, que, daí, seria o DNA do crime”, disse o paranaense, referindo-se a José Ferreira da Silva, o Frei Chico, vice-presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), uma das entidades citadas no relatório da Polícia Federal (PF).
Para o autor do pedido da CPI, deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO), a investigação não pode acontecer com Carlos Lupi continuando à frente do Ministério da Previdência Social. “Não dá para uma CPI investigar casos, muito deles políticos, com ministro fazendo seus acordos contra as investigações”, afirmou.
O requerimento de criação da CPI (RCP 2/25) foi entregue com 185 assinaturas de deputados de 14 partidos (desde Solidariedade e Cidadania até PL e Novo).
O líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), informou que o mínimo que o governo deve fazer é afastar o ministro para que as investigações prossigam. “Não é possível que não se tenha uma decisão enérgica do governo. É prova que é um governo analógico, lento”, declarou.
Atualmente, existem 13 pedidos de CPI para serem analisados já com assinaturas suficientes. O Regimento Interno da Câmara dos Deputados estabelece que só podem funcionar cinco CPIs simultaneamente. No momento, não há nenhuma em funcionamento.
Sóstenes Cavalcante disse que a oposição também tem coletado assinaturas para criar uma comissão parlamentar mista, o que evitaria essa fila de pedidos de CPIs na Câmara. As informações são da revista Veja e da Agência Câmara de Notícias.